No primeiro dos dezesseis dias de mobilização pelo fim da violência contra a mulher, mais uma Desdêmona é assassinada friamente.
Segundo o jornal O Globo, Desdêmona de Souza Brandão, de 46 anos, foi assassinada com três tiros pelo aposentado Irany Montes de Souza, de 68. Ela, que era casada com outra pessoa, foi amante de Irany - segundo ele afirma em bilhete que deixou escrito - por três anos. Inconformado com a separação, ele a assassinou ontem. Em seguida se suicidou.
Na tragédia de Shakespeare, Otelo, o personagem-título também assassina a esposa, Desdêmona, e depois se mata.
Também em O Globo ficamos sabendo que a indústria de armamento financiou 97,6 % da campanha pelo "Não", que saiu vitoriosa no referendo. A Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) doaram R$ 5,58 milhões dos R$ 5,72 milhões gastos pela campanha.
Muitas pessoas compraram a idéia de uma "legítima defesa da vida", quando votaram no "Não". Agora, devem sentir-se lesadas, ao descobrir que estavam na realidade fazendo o jogo da indústria da morte.
Não quero dizer que se o "Sim" tivesse saído vencedor o crime não teria ocorrido (por favor, não atirem em mim por conta disso!). Mas a divulgação da morte de Desdêmona e dos financiadores da campanha do "Não" no primeiro dia da campanha pelo fim da violência contra a mulher não deixa de ser simbólica.
Segundo o jornal O Globo, Desdêmona de Souza Brandão, de 46 anos, foi assassinada com três tiros pelo aposentado Irany Montes de Souza, de 68. Ela, que era casada com outra pessoa, foi amante de Irany - segundo ele afirma em bilhete que deixou escrito - por três anos. Inconformado com a separação, ele a assassinou ontem. Em seguida se suicidou.
Na tragédia de Shakespeare, Otelo, o personagem-título também assassina a esposa, Desdêmona, e depois se mata.
Também em O Globo ficamos sabendo que a indústria de armamento financiou 97,6 % da campanha pelo "Não", que saiu vitoriosa no referendo. A Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) doaram R$ 5,58 milhões dos R$ 5,72 milhões gastos pela campanha.
Muitas pessoas compraram a idéia de uma "legítima defesa da vida", quando votaram no "Não". Agora, devem sentir-se lesadas, ao descobrir que estavam na realidade fazendo o jogo da indústria da morte.
Não quero dizer que se o "Sim" tivesse saído vencedor o crime não teria ocorrido (por favor, não atirem em mim por conta disso!). Mas a divulgação da morte de Desdêmona e dos financiadores da campanha do "Não" no primeiro dia da campanha pelo fim da violência contra a mulher não deixa de ser simbólica.