Para os que insistem em comparar os dois presidentes - muitos chegam a escrever Lula com o ele dobrado - aqui está a diferença fundamental. No caso de Collor foram computados US$ 6,5 milhões em gastos pessoais do presidente e da primeira-dama que foram pagos pelo esquema PC Farias. Isto inclui os famosos "jardins da Casa da Dinda" e as despesas dos cartões de crédito de Rosane Collor ("A madame gasta!"- PC Farias). Portanto, se não bastassem as outras, esta é uma diferença fundamental entre Collor e Lula: não há nada que ligue desvio de dinheiro público ao pagamento de qualquer despesa pessoal do presidente Lula.
É curioso que essa comparação Collor-Lula, recém endossada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (que mais uma vez, na entrevista de O Dia, num ato falho, confessou seu ímpeto de pegar José Dirceu...) fez a alegria de um grupo de comentaristas, que há tempo adotou RJ como seu primeiro herói ético. São os mesmos que demonizam Lula e o PT, sem ao menos se darem ao trabalho de ler a entrevista do ex-deputado ao O Dia. Se o fizessem, descobririam, escondida num parágrafo, a raiz de todas as denúncias, e a denúncia das mutretas que sempre ocorreram em todos os governos (é bom não esquecer que antes de Lula tivemos oito anos de tucanos no poder). Palavras de Roberto Jefferson:
- Todo mundo, todo partido, quando indica presidente de estatal, é para fazer caixa. Porque a partir do presidente, do diretor, você estabelece uma rede de relação das empresas que gravitam em torno dessa diretoria ou dessa presidência. E eles fazem caixa para o partido, é assim. Sempre funcionou assim. O PT que quis mudar a lógica, quis monopolizar isso. Dava a cabeça... Por exemplo, o presidente da Eletronorte era do PTB, mas, embaixo, toda a estrutura era petista. Então você não conseguia fazer arrecadação para o PTB. O PT quis fazer caixa único para esses repasses do tipo mensalão.
A grande denúncia que está aí - feita pelo herói ético RJ - é que os governos anteriores sempre permitiram a roubalheira desenfreada, forneciam feudos a partidos que os apoiassem, e nesses feudos a regra era não ter regras. Os partidos faziam "caixa".
Não se ouviu a grita de um tucano sequer contra as palavras de Jefferson. Nenhum deputado, senador, governador, candidato ou ex-presidente tucano deu um pio contra as declarações dele. Logo, conclui-se que, se os tucanos voltarem ao poder, volta tudo como era antes no quartel de Abrantes. E é isso que esses comentaristas, os “indignados úteis” (porque inocentes não são), estão patrocinando, aplaudindo e comemorando. Que coisa!
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É curioso que essa comparação Collor-Lula, recém endossada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (que mais uma vez, na entrevista de O Dia, num ato falho, confessou seu ímpeto de pegar José Dirceu...) fez a alegria de um grupo de comentaristas, que há tempo adotou RJ como seu primeiro herói ético. São os mesmos que demonizam Lula e o PT, sem ao menos se darem ao trabalho de ler a entrevista do ex-deputado ao O Dia. Se o fizessem, descobririam, escondida num parágrafo, a raiz de todas as denúncias, e a denúncia das mutretas que sempre ocorreram em todos os governos (é bom não esquecer que antes de Lula tivemos oito anos de tucanos no poder). Palavras de Roberto Jefferson:
- Todo mundo, todo partido, quando indica presidente de estatal, é para fazer caixa. Porque a partir do presidente, do diretor, você estabelece uma rede de relação das empresas que gravitam em torno dessa diretoria ou dessa presidência. E eles fazem caixa para o partido, é assim. Sempre funcionou assim. O PT que quis mudar a lógica, quis monopolizar isso. Dava a cabeça... Por exemplo, o presidente da Eletronorte era do PTB, mas, embaixo, toda a estrutura era petista. Então você não conseguia fazer arrecadação para o PTB. O PT quis fazer caixa único para esses repasses do tipo mensalão.
A grande denúncia que está aí - feita pelo herói ético RJ - é que os governos anteriores sempre permitiram a roubalheira desenfreada, forneciam feudos a partidos que os apoiassem, e nesses feudos a regra era não ter regras. Os partidos faziam "caixa".
Não se ouviu a grita de um tucano sequer contra as palavras de Jefferson. Nenhum deputado, senador, governador, candidato ou ex-presidente tucano deu um pio contra as declarações dele. Logo, conclui-se que, se os tucanos voltarem ao poder, volta tudo como era antes no quartel de Abrantes. E é isso que esses comentaristas, os “indignados úteis” (porque inocentes não são), estão patrocinando, aplaudindo e comemorando. Que coisa!
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