Histórias da Máfia das Sanguessugas

1. O Sanguessuga mais rápido da Câmara

O deputado federal Fernando Gonçalves (PTB-RJ) era suplente de Roberto Jefferson (PTB) e assumiu o mandato na Câmara quando o deputado foi cassado durante a crise do mensalão no ano passado. Rápido no gatilho, ele foi o parlamentar que mais recebeu dinheiro do esquema sanguessuga (R$ 300 mil), segundo o empresário Luiz Antônio Vedoin.

Segundo a Folha, o ex-deputado Roberto Jefferson já teria aconselhado seu antigo suplente a não disputar novamente uma cadeira na Câmara:
"O julgamento político o destrói e destrói a imagem do partido. Ele está morto politicamente. Ele deveria desistir da candidatura. Volta por cima mais à frente, inocentado, depois de explicar ao povo o que aconteceu. Disse a ele que vai ficar marcado, que não tem saída. Fica marcado para sempre."

O deputado ligeirinho disse que "jamais recebeu dinheiro ou qualquer vantagem do acusado Vedoin em troca de emendas parlamentares".


2. O sanguessuga mais lento da Câmara

O deputado Ricarte Freitas (PTB-MT), segundo o chefe da quadrilha das sanguessugas, Vedoin, recebeu um Fiat Ducato da quadrilha. Ricarte diz que apenas fez um test-drive com o carro. Durante dois meses. Só que Vedoin colocou o carro do test-drive no nome do deputado. Ricarte defende-se:
"Ele documentou o carro em meu nome, à minha revelia, não sei se para se livrar de responsabilidade civil. Não fiquei dois meses com esse carro. Não me interessou, e devolvi."

Vedoin afirma que Ricarte trocou o Fiat Ducato por um Hillux SW4. Ricarte diz que não tem Hillux SW4 em seu nome.

E O Fiat Ducato? Teve um final feliz: passou por uma cirurgia plástica e foi vendido como ambulância, dois anos depois, para o município de Santa Rita do Trivelato, no Mato Grosso. O Tribunal de Contas chegou a reclamar, alegando que o carro não era do ano de 2004, conforme constava no contrato, mas o secretário de Administração do município, Marcos Tavernelli, defendeu-de: "O carro ficou no pátio. Estava cheirando a novo".


3. A Máfia das Sanguessugas e outras máfias

O que o esquema da Máfia das Sanguessugas deixa claro - além da corrupção deslavada - é que, para a maioria dos municípios brasileiros, atendimento médico não é prevenção, nem posto de saúde ou hospital de qualidade, é uma ambulância para levar o paciente para o município maior que fique mais perto. Se ele morrer no caminho...bom, aí é com a Máfia das Funerárias (esta é outra caixa-preta que, quando for aberta...)...

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