Hoje ele anda meio sumidão, mas muito se comentou sobre um nome de muita importância no ninho e nos governos tucanos: Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi o homem das finanças de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
Durante o governo FHC, por exemplo, Benjamin Steinbruch, que hoje controla a Companhia Siderúrgica Nacional, andou se queixando de que Ricardo Sérgio estava pior do que um beque central de subúrbio, com a unha do dedão do pé nos seus calcanhares para receber 15 milhões (de dólares ou de reais - na época era a mesma coisa). Por quê? Segundo Steinbruch, esse era o valor que Ricardo havia cobrado para que fosse montado em torno dele, Steinbruch, o consórcio que venceu o leilão da Vale.
Mais diante, Steinbruch veio a negar tudo. Seria então uma mentira da oposição? Com a palavra, dois tucanos de alta plumagem: Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Renato de Souza, que eram respectivamente Ministro das Comunicações e da Educação de FHC.
As declarações dos dois estão publicadas na Revista Veja, em sua edição 1750, de 08/05/2002.
Luiz Carlos Mendonça de Barros
Paulo Renato de Souza
Embora FHC tenha sido informado das tentativas de Ricardo Sérgio, ele ficou no governo até novembro. Só foi demitido quando houve o vazamento das fitas da privatização das teles. Saiu no mesmo pacote de afastamentos que levou Mendonça de Barros e o presidente do BNDES, André Lara Resende.
(Não se lembra das fitas da privatização? Leia a postagem abaixo: "Na hora que der merda, estamos juntos desde o início")
(Atenção: se você não quer eleger um parlamentar corrupto, clique aqui, e não deixe de ler esta postagem.)
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Durante o governo FHC, por exemplo, Benjamin Steinbruch, que hoje controla a Companhia Siderúrgica Nacional, andou se queixando de que Ricardo Sérgio estava pior do que um beque central de subúrbio, com a unha do dedão do pé nos seus calcanhares para receber 15 milhões (de dólares ou de reais - na época era a mesma coisa). Por quê? Segundo Steinbruch, esse era o valor que Ricardo havia cobrado para que fosse montado em torno dele, Steinbruch, o consórcio que venceu o leilão da Vale.
Mais diante, Steinbruch veio a negar tudo. Seria então uma mentira da oposição? Com a palavra, dois tucanos de alta plumagem: Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Renato de Souza, que eram respectivamente Ministro das Comunicações e da Educação de FHC.
As declarações dos dois estão publicadas na Revista Veja, em sua edição 1750, de 08/05/2002.
Luiz Carlos Mendonça de Barros
De acordo com o relato de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Steinbruch visitou-o em seu apartamento e, no escritório usado para leitura, disse-lhe ter combinado o pagamento de uma comissão para Ricardo Sérgio. A comissão seria uma espécie de "remuneração" pelo trabalho que o diretor do Banco do Brasil teve para reunir os fundos de pensão estatais em torno de seu consórcio. Steinbruch contou que vinha sendo pressionado para pagar o que devia, os 15 milhões. Essa revelação foi feita a Mendonça de Barros por Benjamin Steinbruch em 1998, cerca de um ano após a privatização da Vale. Ao ser informado sobre a cobrança de comissão, Mendonça de Barros quis ficar longe da história. "Ô Steinbruch, eu não quero me envolver nesse assunto. Não é da minha área", disse a Steinbruch. Dias depois, durante uma audiência, Mendonça de Barros relatou o episódio ao presidente Fernando Henrique. Ouviu como resposta o seguinte: "Eu não sei nada disso e acho que você fez muito bem em não se envolver nesse assunto".
Paulo Renato de Souza
Paulo Renato ouviu o depoimento de Steinbruch também em 1998. Na versão do ministro da Educação, Benjamin Steinbruch contou-lhe que Ricardo Sérgio pediu dinheiro em nome de tucanos. De acordo com Paulo Renato, Steinbruch não especificou quem seriam esses tucanos. "Nem me disse, tampouco eu perguntei", afirma o ministro. De acordo com Paulo Renato, Steinbruch lhe disse ter checado se Ricardo Sérgio falava mesmo em nome de tucanos. Como foi feita a checagem? Steinbruch, segundo Paulo Renato ouviu do empresário, fez chegar uma consulta ao presidente Fernando Henrique. "Como resposta, segundo suas palavras, Steinbruch ouviu que o governo (sic) não tinha nada a ver com aquilo e que ele não deveria pagar." Ao ouvir a história, o ministro da Educação informa que não tomou nenhuma atitude de ordem prática, como avisar a Polícia Federal, por exemplo, ou o Ministério Público. E ele explica o fundamento de sua decisão: "Quando Steinbruch me contou o que se passara, referia-se a um assunto resolvido. Ele não pagou nada. Portanto, do ponto de vista da administração pública ou do PSDB, não fui informado da ocorrência de crime", afirma Paulo Renato.
Embora FHC tenha sido informado das tentativas de Ricardo Sérgio, ele ficou no governo até novembro. Só foi demitido quando houve o vazamento das fitas da privatização das teles. Saiu no mesmo pacote de afastamentos que levou Mendonça de Barros e o presidente do BNDES, André Lara Resende.
(Não se lembra das fitas da privatização? Leia a postagem abaixo: "Na hora que der merda, estamos juntos desde o início")
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