A imagem acima mostra o contrato da Link Corretora e o extrato da Bovespa, com a corretora ocupando a terceira posição no ranking com apenas quatro meses de vida. Um "fenômeno", segundo a revista IstoÉ Dinheiro:
Em 1998 surgiu um fenômeno no mercado financeiro, a Link Corretora. Com poucos meses de vida, ela deu um show na BM&F, templo dos negócios futuros de dólar, câmbio, Ibovespa, café e ouro, entre outros. Em apenas quatro meses saiu da 85ª posição para o 3º posto no ranking de operações com o futuro de Ibovespa, índice que sofria influência direta do valor das ações da Telebras. A corretora de Daniel e Marcello, conhecidos como "Mendoncinhas", filhos do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, chegou a negociar R$ 12,6 bilhões em junho daquele ano. À frente de tradicionais instituições como o Bradesco, o Citibank e o Itaú.
Na época a fofoca comeu solta. Como diz o grande filósofo e senador do PFL Jorge Bornhausen, "essa raça" é fogo. Começaram logo a insinuar que a corretora dos "Mendoncinhas" estava bem graças ao pai - assim como fazem hoje com a empresa do filho de Lula. Mendonça de Barros era ministro das Comunicações. Cerca de 40% do índice da Bovespa, então, era composto pelas ações da Telebrás. Empresa sob comando do ministro. E que seria privatizada em operação de R$ 22 bilhões pilotada por ele.
Mas até aliados tradicionais do governo estranharam o crescimento espetacular da corretora. Como o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que chegou a pedir ao líder de seu partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), que encaminhasse um pedido ao presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), para que os filhos de Mendonça de Barros fossem ouvidos na CPI dos Bancos.
- Eu trabalhei no sistema financeiro durante sete anos e acho muito estranho uma corretora sair de baixo e parar entre as cinco primeiras. Nos bancos em que trabalhei, era grande a dificuldade de crescer e ganhar dinheiro. Eles, donos de corretora quase sem patrimônio, conseguiram fácil essa proeza - disse Rodrigo Maia.
Dois anos depois, o sucesso já não era mais tão espetacular assim, como informa esta nota da coluna Radar da revista Veja:
Há dois anos, a corretora Link virou um fenômeno na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Recém-nascida, em poucos meses já era uma das maiores da praça. Houve muito barulho na época porque entre seus sócios estavam dois filhos do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Sabe-se lá por quê, os negócios dos rapazes pioraram depois que Mendonça deixou o governo: hoje, a Link caiu muito no ranking da BM&F. Mas pai é pai e nenhum gosta de ver seus filhos no relento. Recentemente, o ex-ministro visitou pelo menos dois bancos estrangeiros estimulando-os a confiar suas operações na BM&F à Link.
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