Anos 70. O poeta Ferreira Gullar estava clandestino em Moscou, no auge da ditadura, enfrentando o inverno russo de 18 graus abaixo de zero. O dia começava tarde, a noite chegava cedo...
"Mas foi em abril, quando os primeiros brotos surgiram nos galhos ressequidos pelo frio, que voltei a sorrir. E não demorou muito até que me deparasse, certa manhã, com a rua toda verde - árvores, jardins, canteiros - de um verde virente, novinho em folha. Era a primavera que chegava a ensinar-me que a vida é um eterno renascer. Aqui no Brasil, país da eterna primavera, mal nos damos conta disso. Claro que o sabemos, mas saber é diferente de viver. Essa notícia de que o inverno acaba, a tristeza acaba e o verde volta a sorrir foi o inverno russo que me sussurrou ao ouvido, naquele abril de 1972."
Pois é, embora muitos preferissem que o inverno durasse para sempre, desde 1h03min de hoje é primavera.
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