A tal reportagem da IstoÉ com os Vedoin acabou sendo atropelada pelos fatos. Sua importância agora está relacionada à montagem de um quebra-cabeças, do qual ela é uma das partes.
Reportagem de Andréa Michael e Hudson Corrêa, publicada na Folha de hoje, acrescenta dados novos à história:
Segundo a mesma reportagem, foram apreendidas "uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotografias que vinculariam políticos ao esquema de superfaturamento [na compra de ambulância pelo Ministério da Saúde] investigado na Operação Sanguessugas".
História mal contada
Não é possível que fossem pagar tanto por tão pouco. A história está mal contada. Fotos de deputados e do senador Antero (este com o rosto impresso numa ambulância) já estão na rede há muito tempo. Imagens de Serra quando ministro em cerimônias de entrega de ambulâncias, também.
É preciso, como no caso do material da Secom "distribuído" pelo PT, que a história seja rapidamente esclarecida para a opinião pública. Que os fatos ganhem a luz do sol, e seja publicado o conteúdo do material apreendido.
É preciso também esclarecer uma informação no finalzinho da reportagem, atribuída à PF:
Dúvidas sobre a reportagem da IstoÉ
São necessários esclarecimentos sobre algumas informações contidas na reportagem da IstoÉ. Nela, não há prova alguma contra Serra. O máximo que se poderia dizer a respeito dele é que, se Lula não sabia de nada, Serra de nada sabia. Porque as coisas aconteciam nas barbas dele. Os Vedoin, pai e filho, acham que Serra sabia, mas nunca tocaram diretamente no assunto com ele. O que há de mais próximo disso é um bilhete de Barjas Negri, quando secretário-executivo do ministério da Saúde:
Contra Barjas Negri sim, há acusações. Os Vedoin não negociaram nada diretamente com ele, mas com um emissário, o empresário Abel Pereira. E Barjas Negri não é uma pessoa sem importância. Foi ministro da Saúde de FHC, quando Serra saiu para disputar a presidência em 2002. Atualmente é prefeito de Piracicaba, e "tem enorme trânsito junto à cúpula tucana. Esteve com Serra no Ministério do Planejamento, foi secretário executivo no Ministério da Saúde, ministro da Saúde e, antes de se eleger prefeito de Piracicaba, em 2004, ocupou o cargo de secretário de Habitação do Estado de São Paulo".
Há mais duas informações importantes na reportagem da IstoÉ, que precisam ser esclarecidas:
Agora que a PF já tem as fitas na mão, corruptos e corruptores (por enquanto, apenas alguns deles) em cana, é só esclarecer tudo. E não pode ficar para depois das eleições. Tem que ser pra ontem.
(Atenção: se você não quer eleger um parlamentar corrupto, clique aqui, e não deixe de ler esta postagem.)
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Reportagem de Andréa Michael e Hudson Corrêa, publicada na Folha de hoje, acrescenta dados novos à história:
A Polícia Federal apreendeu ontem US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão (R$ 1,7 milhão), em um hotel de São Paulo, em poder do petista Valdebran Carlos Padilha da Silva, empreiteiro mato-grossense, e de Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-agente da PF. Eles estavam intermediando a compra de vídeos, fotos e documentos que mostrariam suposto envolvimento dos candidatos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra com a máfia dos sanguessugas.
O material, que teria sido reunido e arquivado por Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, foi encontrado e apreendido em Cuiabá (MT), na noite de anteontem.
Segundo a mesma reportagem, foram apreendidas "uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotografias que vinculariam políticos ao esquema de superfaturamento [na compra de ambulância pelo Ministério da Saúde] investigado na Operação Sanguessugas".
"No vídeo aparece José Serra. Tem fotos do Alckmin e do [senador tucano] Antero [Paes de Barros] e deputados daqui", afirmou a PF em Mato Grosso.
História mal contada
Não é possível que fossem pagar tanto por tão pouco. A história está mal contada. Fotos de deputados e do senador Antero (este com o rosto impresso numa ambulância) já estão na rede há muito tempo. Imagens de Serra quando ministro em cerimônias de entrega de ambulâncias, também.
É preciso, como no caso do material da Secom "distribuído" pelo PT, que a história seja rapidamente esclarecida para a opinião pública. Que os fatos ganhem a luz do sol, e seja publicado o conteúdo do material apreendido.
É preciso também esclarecer uma informação no finalzinho da reportagem, atribuída à PF:
À PF Gedimar Passos disse que estava a serviço do PT na negociação para comprar documentos e imagens que poderiam colocar sob suspeita os candidatos tucanos à Presidência e ao governo paulista.
Dúvidas sobre a reportagem da IstoÉ
São necessários esclarecimentos sobre algumas informações contidas na reportagem da IstoÉ. Nela, não há prova alguma contra Serra. O máximo que se poderia dizer a respeito dele é que, se Lula não sabia de nada, Serra de nada sabia. Porque as coisas aconteciam nas barbas dele. Os Vedoin, pai e filho, acham que Serra sabia, mas nunca tocaram diretamente no assunto com ele. O que há de mais próximo disso é um bilhete de Barjas Negri, quando secretário-executivo do ministério da Saúde:
Um ofício datado de 13 de dezembro de 2001 mostra que o gabinete acompanhava de perto as liberações de recursos para a compra de ambulâncias. No documento, já em poder da CPI, o então secretário executivo, Barjas Negri, se reporta ao Fundo Nacional de Saúde e pede “o empenho e a elaboração do convênio, com posterior retorno a essa Secretaria Executiva”.
No mesmo ofício, Barjas diz tratar-se de “uma determinação do senhor
ministro José Serra.”
Contra Barjas Negri sim, há acusações. Os Vedoin não negociaram nada diretamente com ele, mas com um emissário, o empresário Abel Pereira. E Barjas Negri não é uma pessoa sem importância. Foi ministro da Saúde de FHC, quando Serra saiu para disputar a presidência em 2002. Atualmente é prefeito de Piracicaba, e "tem enorme trânsito junto à cúpula tucana. Esteve com Serra no Ministério do Planejamento, foi secretário executivo no Ministério da Saúde, ministro da Saúde e, antes de se eleger prefeito de Piracicaba, em 2004, ocupou o cargo de secretário de Habitação do Estado de São Paulo".
Há mais duas informações importantes na reportagem da IstoÉ, que precisam ser esclarecidas:
1. O último ano do governo tucano, 2002, foi aquele em que a Planan mais distribuiu ambulâncias pelo Brasil: foram 317 no total.
2. Das 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681, ou 70% do total, tiveram verbas liberadas até 2002, dentro do período de gestão de Serra e Barjas Negri.
Agora que a PF já tem as fitas na mão, corruptos e corruptores (por enquanto, apenas alguns deles) em cana, é só esclarecer tudo. E não pode ficar para depois das eleições. Tem que ser pra ontem.
(Atenção: se você não quer eleger um parlamentar corrupto, clique aqui, e não deixe de ler esta postagem.)
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