Contribuição do leitor Cássio Muniz, que é cientista político e vive atualmente nos Estados Unidos:
A mídia brasileira tornou-se uma terra de ninguém, o sertão glauberiano onde os opostos se encontram em oposição a outros protagonistas igualmente implacáveis, a saber, a aridez do partidarismo de interesses sem causa e a instituição do coronelismo dito eletrônico.
De um lado, a grande mídia faz as vezes do coronel numa versão contemporânea ao substituir o controle por meio da força física por outro mais sutil com nuança psicológica mas, frequentemente, eficaz em seu fim. Trata-se de uma militância não ideologica, mas com interesse bem específico: a manutenção do status quo. Do outro lado, o povo, também sem ideologia e com interesse específico e nobre: sobreviver.
A grande mídia é o espelho da elite relutante em dividir os espaços vislumbrados pelos que buscam termos socialmente mais justos. O povo, por sua vez, se espelha em um presidente operário que é o símbolo da possibilidade efetiva de ascenção. O conflito, portanto, traduz-se numa luta assimétrica não ideológica de classes em que a elite tenta vetar a redistribuição de recursos coletivos à classe baixa sem que esta necessáriamente lute para a consecussão dos seus interesses. O exemplo mais claro disso é a aversão à política de cotas e à programas redistributivos como bolsa família.
Neste embate o povo que em outos tempos era acusado de não saber processar as suas escolhas eleitorais porque votavam contra os seus próprios interesses, agora é acusado da mesa sina mas porque o fazem contra os interesses específicos da elite.
A competição permanece uma vez que os recursos são limitados e o apetite da elite é voraz. Obviamente, já dizia Machado de Assis, a expansão de duas formas determinará a supressão de uma delas. Ultimamente a tendência, numa excessão histórica, tem sido em favor das classes mais baixas. A despeito das inclinações óbvias da grande mídia, maiores são os poderes do povo.
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A mídia brasileira tornou-se uma terra de ninguém, o sertão glauberiano onde os opostos se encontram em oposição a outros protagonistas igualmente implacáveis, a saber, a aridez do partidarismo de interesses sem causa e a instituição do coronelismo dito eletrônico.
De um lado, a grande mídia faz as vezes do coronel numa versão contemporânea ao substituir o controle por meio da força física por outro mais sutil com nuança psicológica mas, frequentemente, eficaz em seu fim. Trata-se de uma militância não ideologica, mas com interesse bem específico: a manutenção do status quo. Do outro lado, o povo, também sem ideologia e com interesse específico e nobre: sobreviver.
A grande mídia é o espelho da elite relutante em dividir os espaços vislumbrados pelos que buscam termos socialmente mais justos. O povo, por sua vez, se espelha em um presidente operário que é o símbolo da possibilidade efetiva de ascenção. O conflito, portanto, traduz-se numa luta assimétrica não ideológica de classes em que a elite tenta vetar a redistribuição de recursos coletivos à classe baixa sem que esta necessáriamente lute para a consecussão dos seus interesses. O exemplo mais claro disso é a aversão à política de cotas e à programas redistributivos como bolsa família.
Neste embate o povo que em outos tempos era acusado de não saber processar as suas escolhas eleitorais porque votavam contra os seus próprios interesses, agora é acusado da mesa sina mas porque o fazem contra os interesses específicos da elite.
A competição permanece uma vez que os recursos são limitados e o apetite da elite é voraz. Obviamente, já dizia Machado de Assis, a expansão de duas formas determinará a supressão de uma delas. Ultimamente a tendência, numa excessão histórica, tem sido em favor das classes mais baixas. A despeito das inclinações óbvias da grande mídia, maiores são os poderes do povo.
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