A imagem aqui de cima é da capa da Folha de hoje, na versão nacional. Ela entrega um escandaloso esquema montado para fechar as contas do governo de São Paulo, que anistiou multas e juros de empresas sonegadoras de ICMS em até 90%.
No entanto, ela sumiu na versão para os paulistas. A manchete da Folha para eles é: "Queda da indústria reduz previsão do PIB". Além do mais, a reportagem está escondida na seção Dinheiro da versão online, e pode ser lida na íntegra por assinantes aqui.
A reportagem informa que entrou pelo menos R$1 bi no cofre do governo paulista graças a essa anistia. O pior é que a anistia está ligada a um esquema de sonegação e a exportações fictícias:
Grande parte do R$ 1 bilhão foi paga à Fazenda paulista por empresas supostamente envolvidas em esquema de exportação fictícia de soja e derivados -sugerido por consultorias de planejamento tributário- para obter créditos de ICMS.
Em julho e agosto do ano passado, a Folha noticiou que o rombo causado aos cofres públicos com as falsas exportações de soja e derivados era de cerca de R$ 2 bilhões. Cerca de dez empresas teriam se beneficiado desse esquema.
A Folha apurou que as redes Pão de Açúcar e Casas Pernambucanas pagaram cada uma - e de uma só vez - cerca de R$ 100 milhões à Fazenda para quitar débitos de ICMS.
Também teriam pago ou feito contatos para o pagamento de dívidas tributárias em atraso a Bausch & Lomb, a Sucos Del Valle, a Tigre Tubos e Conexões e a Beraca Sabará.
Essas empresas se beneficiaram no passado com créditos de ICMS devido à exportação fictícia de soja. Até o final do ano há descontos escalonados de multas e juros para saldar dívidas em atraso de ICMS.
Ainda segundo a reportagem, essa decisão vai na contramão do que pensava a Fazenda paulista no ano passado:
"Não há hipótese de falar em anistia", disse, em julho daquele ano, Eduardo Guardia, então secretário da Fazenda.
Fazendo umas continhas básicas dá para se chegar à seguinte conclusão: R$ 9 bi podem ter dado adeus aos cofres paulistas num passe de mágica. Esse é o famoso choque de gestão do governo tucano-pefelê.
Com a palavra, alckmistas e "indignados úteis" (e não adianta procurar consolo nos blogs de seus gurus, porque eles não tocaram no assunto...).
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