Reportagem de César Tralli no Jornal Nacional de ontem mostrou que corre perigo de desabar mais um trecho da linha do metrô que está sendo construída, como ocorreu no trecho da estação Pinheiro. Agora o problema está na Fradique Coutinho.
É mais uma tragédia anunciada. Vamos ver as providências que serão tomadas pelo governador José Serra. Dessa vez ninguém pode alegar desconhecimento dos vários e graves problemas denunciados na reportagem.
Segundo laudos obtidos com exclusividade pelo repórter, as soldas que prendem as vigas que sustentam a estação estão completamente fora das normas, pondo em risco toda a estrutura da obra, que corre o risco de desabar.
Apesar disso, o engenheiro do metrô responsável (??) afirmou que garante que a obra é segura. Sugestão: ele deveria despachar num escritório montado sobre ela até sua conclusão.
O consórcio responsável (se é que se pode usar esta palavra, diante de tudo o que a reportagem denunciou) também disse que todas as medidas estão sendo tomadas para corrigir os problemas apresentados.
De parabéns o Tralli pela reportagem muito bem estruturada (ao contrário da obra). Faltou apenas uma entrevista com o governador – o que certamente aconteceria se ele fosse do PT. Faltou também dizer o nome das empreiteiras responsáveis pelas obras. Mas a coragem do JN não vai a tanto. O que é uma pena. Se essas empreiteiras, que são as cinco maiores do país, tivessem seus nomes anunciados no telejornal da dupla Ali Kamel-William Homer, certamente as providências seriam mais imediatas.
Mas o que você não soube no Jornal Nacional sabe aqui. O Consórcio Via Amarela é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Recomendo a todos os paulistas – e aos que tenham o estranho hábito de passar o carnaval