Os 13 leitores deste blog (é comum cronistas citarem o número 17, mas eu prefiro o 13) sabem do meu amor pela minha cidade. Por isso, estou muito satisfeito que o PAN aconteça aqui este ano. Mais uma vez o Rio vai mostrar a todos os que o visitarem por que é conhecido como Cidade Maravilhosa. Não apenas por sua paisagem esplendorosa mas também pela paisagem humana, pela maneira carinhosa com que os cariocas de todos os lugares do planeta recebem os que nos visitam.
Mas debaixo da organização desse PAN há um cheiro estranho que anuncia que aí vêm as cinco letras que fedem. Tudo está sendo feito às pressas, sem licitação (por falta de tempo, alegam), mas até a estátua de Carlos Drummond de Andrade na praia de Copacabana sabe que o PAN do Rio está anunciado há muitos anos. Por que deixaram tudo para a última hora?
Uma pista para a resposta: o custo dos preparativos já chegou a R$ 3,5 bilhões. Isso é cinco vezes mais do que estava no projeto original. E, para os esquecidinhos, recordo que esse projeto contemplava a despoluição da Baía de Guanabara e a extensão do metrô. Nada disso foi feito. Eram apenas cerejas do bolo para a aprovação do projeto. Ainda assim ele está cinco vezes mais caro.
Ontem, o jornal O Globo levantou o caso da Ticketronics, empresa que vai vender os ingressos para o PAN. Um de seus sócios é dirigente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o que torna a escolha, no mínimo, suspeita. Mas há suspeitas maiores, um zunzunzum nos bastidores de que figura ainda mais graúda é sócia de uma agência que cuida de tudo relativo ao PAN.
Por que a grande imprensa, que tem equipe e dinheiro para fazer uma investigação aprofundada, solta pequenas pílulas aqui e ali e deixa a grana rolar solta? Será que é por que boa parte dela será transformada em anúncios?