Essa história do rabino Henry Sobel está dando o que falar. Muitos criticam sua internação – segundo boletim médico “por descontrole emocional e alterações de comportamento”. Acham que está parecendo uma armação para inocentá-lo.
Mas o médico de psicologia forense Guido Palomba afirma a O Globo que a combinação de remédios que o rabino estaria tomando pode justificar seu comportamento.
Outros criticam a sociedade em geral e dizem que, se o ladrão fosse um negro pobre e desconhecido, o tratamento seria outro.
E você, o que acha?
Eu tenho estranhado a cobertura da imprensa. Tenho cá minhas dúvidas se o comportamento seria o mesmo caso o furto tivesse sido praticado por um grande nome da Igreja Católica.
Hoje, o jornal O Globo publica até um box, “Episódio vira piada na internet”, com brincadeiras que ridicularizam Sobel. Fariam o mesmo se o caso fosse protagonizado, por exemplo, pelo arcebispo de São Paulo?
Em minha opinião, o tratamento ao rabino deve ser o mesmo dispensado a qualquer cidadão. Julgamento justo, a partir de um amplo direito de defesa. Um rabino fora de si por causa de hipnóticos que estaria tomando tem que ser tratado do mesmo modo que um jovem sob efeito de crack ou cola de sapateiro.
O que não se pode apagar é a bela história de Sobel na luta contra a ditadura e a favor dos direitos humanos, da igualdade racial e da liberdade religiosa.