Um primor de cinismo a carta do presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), Lélis Marcos Teixeira, ao jornal O Globo. Ele afirma que “as empresas de ônibus do Rio de Janeiro nunca foram contrárias à concessão do benefício da gratuidade para crianças, idosos e portadores de necessidades especiais”, desde que (como deixa claro mais adiante) “o custo das gratuidades, atualmente em cerca de 20 milhões de passagens gratuitas diárias, não fique com as empresas de ônibus”. Ou seja, desde que a gratuidade não seja grátis.
Alguém precisa explicar a este senhor que o transporte público é uma concessão que as empresas que Teixeira representa recebem do Estado, e a gratuidade é sua contrapartida. Simples assim. Quem não estiver satisfeito, que largue o osso.
Aliás, cadê aquele grupinho que é louco por uma CPI? Que tal uma CPI das empresas de ônibus? Gostaria de ver colocada uma lupa bem possante sobre a contabilidade dessas empresas e a relação promíscua que têm com parlamentares de vários partidos.
Mas isso não vai acontecer, porque na caixa-preta das empresas de ônibus mora o caixa dois de muitas campanhas.
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