Os cinco pitboys que agrediram barbaramente a empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto chocaram e indignaram o país. Da mesma maneira que chocaram e indignaram o país os jovens que há 10 anos incendiaram o índio Galdino, em Brasília.
São semelhantes até nas justificativas. Os de hoje, alegam que pensavam que Sirley fosse uma prostituta. Os de Brasília alegaram que pensavam que o índio fosse um mendigo. Como se agredir – ou mesmo matar – um mendigo ou uma prostituta não fosse igualmente crime.
Na internet Brasil também temos a contrapartida dos pitboys: são os pitblogs. Em comum, a violência gratuita dos ressentidos. Eles têm absoluto desprezo pelos que lhes são diferentes. Se uns socam e chutam, os outros agridem verbalmente.
É fácil identificar os pitblogs. Seus responsáveis se acham donos da verdade. Não abrem espaço para o contraditório, e cultivam nos comentários uma legião de seguidores (em geral, indignados úteis) que aplaudem e imploram por sua agressividade, numa relação sadomasoquista.
Os mendigos e prostitutas dos pitblogs são os petistas, os lulistas e agora também os chavistas.
O que os ataca é uma doença infantil, o sentimento de onipotência de uma criança de cinco anos. Quando acontece um crime como o de agora, contra a empregada Sirley, os pitboys se dão conta de que não podem tudo, e se apavoram.
Já os pitblogs se escandalizam com a violência dos pitboys (embora seus blogs preguem a violência e sejam tão violentos quanto) e acham que os pitboys só agiram assim, porque não levaram umas boas porradas dos pais...
Pitblogs e pitboys podem até não freqüentar os mesmos ambientes. Mas agem na mesma freqüência. São como a Inquisição e a fogueira.