Em artigo publicado hoje em O Globo, o editor de Opinião do jornal, Aluízio Maranhão, afirma:
“Somos escravos dos fatos. Inclusive o PT, mesmo que não queira”.
Se é assim, ele deveria explicar por que não há hoje em O Globo uma única, uma mísera linha sobre um fato que chamou atenção dos internautas: a divulgação no Youtube, na edição online do Extra (das Organizações Globo) e na rede (inclusive aqui no blog) de um vídeo em que, entre outras pessoas, Boninho, o diretor do Big Brother Brasil – um dos programas de maior audiência da Rede Globo – afirma que tem o hábito de jogar ovos podres sobre “vagabundas”, e até ensina como prepará-los. Nem na coluna Controle Remoto, especializada em TV, assinada por Patrícia Kogut, que é casada com o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, o vídeo mereceu comentário.
Fica claro que está havendo uma operação abafa para tentar manter o estrago do vídeo dentro dos limites. Tanto que ele foi retirado de quase todos os endereços do Youtube. Em alguns, a alegação é de que foi retirado pelo usuário. Em outro, a de que o vídeo foi retirado do ar por violar direitos autorais. No entanto, ele continua a ser exibido (violando direitos autorais?) no site do Extra (clique aqui para assisti-lo). Por enquanto. Até quando?
Logo, ele sairá do ar também no Extra, sem que os participantes do vídeo, que se divertem jogando ovos (e outras coisas) em carros, pessoas e “vagabundas”, tenham que dizer uma única palavra a respeito. A “zelite” não deve satisfação ao povão. Pensam assim: será que essa gentinha não percebe que tudo é apenas uma brincadeira? Qual o problema – pensam – em jogar ovos podres em “vagabundas”?
Exatamente como aqueles outros jovens, que roubaram e espancaram a doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, porque pensavam que ela era uma prostituta. Ou ainda aqueles outros, de Brasília, que incendiaram o índio Galdino, porque pensavam que ele era apenas um mendigo.
Aos fatos, Maranhão, aos fatos!
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