Reportagem de Anne Warth no Estadão:
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mailSÃO PAULO - O ato do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, mais conhecido como "Cansei", foi marcado por desorganização por parte das lideranças e revolta dos familiares das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, que completa nesta sexta-feira, 17, um mês. Cerca de 40 parentes, vindos de todas as partes do País, compareceram à Praça da Sé, mas não puderam subir ao palco que foi montado no local para os organizadores e artistas que aderiram ao ato.
Enquanto a manifestação acontecia, os familiares ficaram represados na rampa de acesso ao palco. Nem sequer a presença do grupo foi citada pela organização. "Disseram que o palco estava cheio e que poderia cair se subíssemos. Estava cheio de artistas e seguranças. Nós éramos quem deveria estar lá em cima", disse Luciana Haensel, filha de Ângela Haensel, que veio de Porto Alegre para participar do ato em memória de sua mãe, que era passageira do vôo 3054 da TAM.
"Isso não nos abala. Vamos fazer a nossa homenagem logo mais, à tarde. Fomos usados por este movimento", disse Ana Queiroz, que veio do Recife, mãe de Arthur Queiroz, vítima do acidente aéreo.
Familiares das vítimas farão, às 17h30, uma passeata do saguão do Aeroporto de Congonhas, zona sul da capital paulista, até o local do acidente, onde depositarão flores sobre os escombros.
O empresário João Dória Jr, presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), pediu desculpas aos familiares. "Fizemos uma coisa indelicada e injusta com vocês", admitiu. Ele explicou que dois familiares subiriam ao palco para representar todo o grupo, mas o ato foi encerrado antes que eles pudessem se manifestar.