A “grande imprensa” em festa aguarda a confirmação de sua condenação de Renan. Todos batem tambor, tocam viola, enquanto aguardam que os senadores, em votação secreta, cumpram a sentença que determinaram para o presidente do Senado.
Tudo começou com a acusação de que Renan tinha suas contas pagas por um funcionário da empreiteira Mendes Júnior.
De lá pra cá, muito água suja passou por debaixo da ponte, bois, cheques voadores e fantasmas assombraram a platéia, dúzias de laranjas foram chupadas até o bagaço, e a mídia não tem mais dúvida alguma de que Renan é um corrupto.
Só que não existe o corrupto sem o corruptor. Onde eles estão? Por que a “grande imprensa” não cobra seus nomes? Por que Suas Excelências, nobilíssimos senadores não investigaram de onde vieram os bois, o dinheiro para a rádio? Cadê o pessoal da Schinchariol, ou seja, cerveja, cadê?
Se, nas palavras de La Rochefoucauld, “a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude”, o Brasil hoje está muito mais virtuoso. Na medida de toda essa grande hipocrisia.
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