Continua a discussão sobre a emenda que permitiria que Lula disputasse um terceiro mandato em 2010. O presidente já disse que é contrário á idéia. Mas há quem goste dela. E também quem não goste. Mas daí a chamá-la de antidemocrática, de ataque à Constituição, vai uma diferença enorme.
Um dos que abrem a boca e empinam o peito para criticar a idéia é o senador tucano Arthur Virgílio, aquele que se candidatou a governador em seu estado, o Amazonas, e foi menos votado que candidatos que se elegeram deputados federais.
No entanto, esse mesmo Virgílio, em 1997, falava assim sobre a possibilidade de um referendo para autorizar um segundo mandato para FHC (lembrem-se que, na época, a reeleição era proibida):
"Com o referendo, a aprovação da reeleição será uma barbada."
Então, como já perguntei aqui outro dia, por que naquela época pôde e agora não? Se a maioria do Congresso decidir pela medida, onde isso fere a democracia? Se a medida for levada a uma consulta popular e a população aprová-la, onde isso fere a democracia? Se Lula vier a se candidatar e vencer mais uma vez nas urnas, onde isso fere a democracia?
O que fere a democracia é comprar votos para a emenda da reeleição, como confessou Ronivon Santiago, na que favoreceu Fernando Henrique.
Se for a vontade da maioria do Congresso, se for a vontade de Lula e da população, onde seria antidemocrático um terceiro mandato?
Antidemocrático é a oposição sem voto querer ganhar no grito, tentar derrubar um presidente eleito, como ameaçaram várias vezes no passado, até com a participação da OAB, com um processo de impeachment.
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