Se perguntar, Globo, Record e SBT dizem que não são contra a TV Pública, mas só pensam em inviabilizá-la. E a estratégia para isso já está traçada: tentar de todas as formas sufocá-la com falta de verbas. Sabem que só com o dinheiro público a TV não se sustenta. Por isso estão trabalhando nos bastidores, numa operação abafa. Como mostra Daniel Castro na Folha:
Preocupadas com a eventual perda de publicidade oficial, as principais redes do país deflagraram uma campanha nos bastidores políticos para modificar a medida provisória (MP) que criou a Empresa Brasil de Comunicação - a futura rede pública do governo federal.Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
Integrantes da Abert (a associação das TVs), Globo, Record e SBT decidiram na semana passada pedir a parlamentares para que apresentem emendas definindo o que é publicidade institucional e apoio cultural. A idéia é limitar o financiamento da TV pública com publicidade.
A MP proíbe na EBC "anúncios de produtos e serviços", mas libera a captação de "publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos".
"A radiodifusão não é contra a TV pública. Nossa preocupação é com a captação de publicidade. Ou as emissoras são comerciais ou sobrevivem só de recursos oficiais", diz Daniel Pimentel, presidente da Abert.
A EBC terá R$ 350 milhões do Orçamento da União e pretende arrecadar R$ 60 milhões com publicidade. "Isso é um desvirtuamento", protesta.
As redes querem que a futura TV pública só possa citar os nomes dos apoiadores de projetos e programas, sem anúncios nos intervalos. A Globo também defende que a EBC seja obrigada a tornar público todo valor recebido de patrocinador.