O jornal O Globo está fazendo uma série de reportagens sobre a Reforma Constitucional na Venezuela. O tema hoje é a nova redação para o artigo 318, que cuida do Banco Central.
Para comentá-lo, o jornal convidou dois economistas, ex-presidentes do BC brasileiro: Carlos Langoni e Gustavo Franco.
É como se perguntassem a duas zebras o que elas pensam do leão. O resultado não foi outro: pau no artigo.
Em certo trecho de seu depoimento, Gustavo Franco diz que “isso cai no ridículo. Não há nada parecido no mundo”.
Eu já acho que outras coisas parecem ridículas e que não existe no mundo nada parecido a elas. Por exemplo: Em que outro país, que tenha uma mídia decente (o que não é o caso do nosso), Franco estaria dando entrevista sobre o BC alheio? Num país desses, ele estaria virado para a parede, com um chapéu cônico sobre a cabeça, onde estaria escrito “BC donkey”.
Quando esteve à frente do BC no governo FHC, Franco quase quebrou o país, teimando no real supervalorizado, dando uma de Napoleão de hospício, bancando o valente com o exército (o dinheiro) dos outros (no caso, o nosso, do Brasil).
Mais adiante, Gustavo Franco afirma que o fato de o BC venezuelano ficar subordinado ao presidente pode provocar o enriquecimento ilícito de Chávez e de pessoas ligadas a ele.
Mas, o que ele tem a dizer sobre acusações feitas por Luis Nassif em seu livro Cabeças de Planilha? Nassif afirma categoricamente que André Lara Rezende, da mesma equipe de que Gustavo fazia parte – operava com o dólar nas duas pontas: dentro do governo, estabelecendo a política econômica, e no mercado, ganhando rios de dinheiro com o dólar.
Até hoje não há notícia de que ele tenha processado Nassif. Ou que alguém da equipe – Franco, por exemplo - o tenha defendido.
Quem fez o papel de bode na sala, como Franco quando esteve à frente do BC, segurando a desvalorização do real para garantir a reeleição de FHC, deveria ao menos tomar cuidado ao usar a palavra ridículo.
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