O Grupo Abril controlava 70% do mercado distribuidor de revistas em bancas, através da Dinap. Os outros 30% estavam nas mãos da Fernando Chinaglia. Agora o Grupo Abril comprou a Fernando Chinaglia ficando com 100% do mercado.
Pode? Claro que não. Mas foi feito assim mesmo. E só de tentar concretizar a transação mostra que o Grupo Abril acha que ela é possível. O que já é um escândalo.
Para se ter uma idéia, controlando totalmente o mercado distribuidor, o Grupo Abril pode decidir quais revistas irão às bancas e quais não. E não precisa nem dizer que é censura. Basta alegar que é business, que não é bom para os negócios distribuir revistas com tiragens pequenas, por exemplo.
A boa notícia é que parece que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), através do seu conselheiro Paulo Furquim de Azevedo, resolveu agir. E é o Cade que pode dar ou não o Ok para o negócio.
Os deputados Devanir Ribeiro (PT-SP) e Celso Russomanno (PP-SP) também conseguiram que as comissões de Defesa do Consumidor e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovassem a realização de audiência pública conjunta para debater a aquisição. Adiada da quarta-feira passada (porque representantes do Grupo Abril não compareceram), a audiência está marcada para amanhã, dia 5, às 11h.
O pior é que quase não se lê nada sobre o assunto. Assim como aconteceu com a CPI da TVA, com a Curundéia, parece que uma bolha de silêncio envolve os negócios do Grupo Abril.
Culpa também nossa. Enquanto eles enchem o saco com tudo o que não lhes agrada, inundando jornais e blogs com cartas e comentários, ficamos conversando os mesmos e mal conseguimos juntar 1233 (confira) assinaturas para a CPI da TVA e das negociatas das telefônicas...
Para ler mais sobre o monopólio do Grupo Abril que ameaça o mercado de revistas, vá ao Observatório do Direito à Comunicação.
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