Em artigo publicado no Globo, Carlos Alberto di Franco, ponta-de-lança do jornalismo Opus Dei no Brasil, confirma a ideologia por detrás dos pitblogs e da direita raivosa, na linha do que dissera há pouco o presidente do Grupo Abril, quando afirmou que os leitores de Veja querem a indignação da revista.
A sociedade espera uma imprensa de buldogues, disposta a exercer seu intransferível papel de contraponto.
O problema de di Franco é confundir os leitores de Veja com a sociedade. E querer transpor a visão sadomasoquista da Opus Dei para a realidade brasileira.
O fundador da Opus Dei, José Maria Escrivá, confessor de Franco e Pinochet, defendia assim a mortificação pelo cilício:
Como te custa essa pequena mortificação! Estás lutando. É como se te dissessem: - Por que hás de ser tão fiel ao plano de vida, ao relógio?
- Olha: já reparaste com que facilidade são enganados os garotinhos? - Não querem tomar o remédio amargo, mas... “vamos lá!” - dizem-lhes -, “esta colherzinha pelo papai; outra pela vovó...” E assim até tomarem toda a dose.
O mesmo deves tu fazer: quinze minutos mais de cilício pelas almas do purgatório; cinco minutos mais pelos teus pais; outros cinco pelos teus irmãos de apostolado... Até passar o tempo marcado no teu horário.
Feita deste modo a tua mortificação, quanto não vale!
Essa visão sadomasoquista de Cristo não é a minha. Também não estou precisando de uma imprensa buldogue nem de remédio amargo algum com colherzinha.
Cilício é para quem precisa de cilício. Buldogue para quem precisa de buldogue.
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