Um relatório do departamento de Defesa dos Estados Unidos de setembro de 1991 faz uma espécie de Quem é Quem no mercado de cocaína na Colômbia. A lista inclui o chefe do cartel de Medellín Pablo Escobar e mais 100 outros criminosos, assassinos, traficantes e advogados pra lá de suspeitos. O número 82 da lista é ninguém menos que Álvaro Uribe Velez, descrito como um político e senador que faz uma ponte entre o cartel de Medellín e a alta cúpula governamental.
Diz ainda o relatório, divulgado pela revista Newsweek em 9 de agosto de 2004, que Uribe esteve envolvido em negócios com drogas nos Estados Unidos, trabalhou para o cartel de Medellín e era amigo íntimo do chefão Pablo Escobar.
Escobar morreu em 1993. Em 2002, Uribe assumiu a presidência da Colômbia. Em 2005, conseguiu uma mudança na Constituição tornando possível sua reeleição. O que aconteceu. Agora está tentando nova mudança que lhe permita buscar um terceiro mandato.
Você, meu arguto leitor, minha sagaz leitora, havia lido essas informações na nossa “grande imprensa”?
Porque para a nossa imprensa democrática, Uribe é um democrata, luta contra os chamados narcoterroristas (assim são chamados os guerrilheiros das FARC). E Chávez está ligado aos traficantes, terroristas e é um ditador que quer se perpetuar no poder.
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