Em julho do ano passado, mostrei essa notícia aqui no blog. O El Pais – um dos jornais mais conceituados do mundo, pertencente ao Grupo Prisa, logo, Opus Dei – indicava, inocentemente, um game para a diversão da galera: Mercenaires 2. Nada demais, se o game não incentivasse a invasão da Venezuela (começa com um provocativo "Welcome to Venezuela") por uma tropa de mercenários (veja o trailer de apresentação aí acima).
Ainda hoje você pode ver como o suplemento EP3 do diário espanhol El País promove o game “Mercenaries 2”.
A apresentação do game vai direto ao ponto:
Um grupo de mercenários vai para o meio da selva com a finalidade de derrubar o governo de um tirano, que se tornou poderoso por estar sentado sobre milhares de barris de petróleo.
Sutil, não? Nas imagens do game, há um prédio que é igual ao edifício-sede da PDVSA (Petróleos da Venezuela).
Esse tipo de games é utilizado pela CIA e pelo Pentágono para estimular o recrutamento entre os jovens, para ambientação a futuros cenários de guerra e treinamento dos recrutas – já que o joystick é freqüentemente utilizado nos modernos exércitos.
O lançamento do Mercenaires 2 provocou – como não poderia deixar de ser – fortes protestos do governo Chávez, o que levou a Pandemic Studios (empresa criadora do jogo) a negar qualquer relação com o governo americano.
O responsável pelo marketing da empresa, Chris Norris, disse que seus projetistas sempre tentam se inspirar no noticiário [mas, afirmo eu, dá essa tremenda bandeira, repare]:
“Apesar de um conflito não ter necessariamente que acontecer, é suficientemente realista acreditar que ele poderia eventualmente acontecer”, disse.
Esta postagem é mais uma para mostrar que Chávez não está blefando quando afirma que os Estados Unidos têm um plano para invadir a Venezuela e/ou assassiná-lo.
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