O Diário Oficial publicou na última quarta-feira portaria assinada ministro da Fazenda, Guido Mantega, que oficializa a demissão de Sandro Martins Silva, que era auditor da Receita, e a destituição de Paulo Baltazar Carneiro — auditor que chegou a ser um dos secretários-adjuntos do Fisco, na gestão de Everardo Maciel — do cargo de confiança que ocupava. Segundo o órgão, não há mais recursos administrativos e, independentemente disso, continuam as ações criminais contra os dois servidores. Ambos, entretanto, já estavam afastados do órgão preventivamente.
Funcionou assim. Os dois tiraram licença dos cargos e foram atuar como consultores em empresas privadas. Depois, voltaram a trabalhar para a Receita, mas, por debaixo dos autos, continuavam a trabalhar para os antigos patrões. Pela acusação, por exemplo, problemas da Odebrecht com a Receita, no valor de R$ 1,1 bilhão transformaram-se, em quatro anos, em uma pendura de apenas R$ 26 milhões (o apenas aqui se refere ao volume anterior envolvido, né?).
O trabalho deles era “buscar alternativas e brechas jurídicas que permitissem um abatimento no valor da sanção”.
Os dois, segundo reportagem de O Globo publicada no Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal), prestaram essa “consultoria amiga” a outras empresas, como o Mc Donald's, e “cerca de dez dias depois, a Receita aprovou uma norma favorecendo a rede, que pôde compensar grande parte dos impostos recolhidos pelos seus franqueados”.
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