Não sei sua opinião, mas essa história do frio assassinato de três jovens do morro da Providência, no Rio, com a participação de soldados e oficiais do Exército está muito mal contada.
Por que eles levariam os jovens para serem assassinados por facção rival do crime organizado, em outra favela, em vez de eliminar os jovens simplesmente, como parece ter sido a intenção?
Uma resposta a essa questão é capaz de horrorizar aqueles que defendem que o Exército deve participar ativamente do confronto com os narcotraficantes: o tenente, os três sargentos e os sete soldados estavam a serviço dos traficantes do morro da Mineira, e foram até lá entregar-lhes a encomenda.
Outra resposta deixa mal o Exército: na verdade, os militares assassinaram os jovens e a história dos traficantes foi criada apenas para livrar a farda do crime.
A terceira história – a contada por eles – pode até ser a verdadeira, mas é completamente inverossímil. Como um tenente, insatisfeito com a ordem do capitão para que libertasse os jovens, comenta com seus subordinados que quer castigá-los, um dos soldados tem a idéia de entregá-los aos traficantes da favela rival, isso é feito, e depois os corpos são encontrados longe dali, num lixão na Baixada Fluminense?
Qualquer que seja a alternativa, ela só vem reforçar a tese de que não é papel do Exército combater o tráfico de drogas.
Aliás, por falar nisso, o que está fazendo o Exército no morro da Providência, a serviço de um projeto do senador Crivella, que é do partido do vice-presidente José Alencar, e candidato a prefeito do Rio?
E você, sherlockiano leitor, você, minha agathíssima leitora, o que acha disso tudo?
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