Pressionado por políticos e pela mídia corporativa - Rede Globo à frente - o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) embargou as obras do projeto Cimento Social no morro da Providência.
A mídia corporativa está em festa. Queriam parar as obras, e pararam.
Só que chove no Rio. Faz frio. As obras eram feitas sem que os moradores saíssem de suas casas. Neste instante, 30 delas estão com obras incompletas, algumas sem telhado, sem parede, cobertas por lonas. Como ficam os moradores?
Como ficam os mais de 150 empregados contratados, com carteira assinada, que trabalhavam no projeto?
Se a obra é eleitoreira, se o senador Marcelo Crivella (bispo da igreja Universal e sobrinho de Edir Macedo) está tirando proveito dela, que seja punido pelo TRE, e não os moradores e os trabalhadores.
Mas essa não parece ser a preocupação do jornal O Globo. Em sua luta “religiosa” contra o crescimento da Record e da Universal (leia A luta pela manipulação das massas entre Globo e Record) o importante é impedir o crescimento dos adversários. O resto – como o gol para o Parreira – é um detalhe.
Em box de opinião na página 13 de sua edição de hoje, o jornalão carioca afirma o seguinte, sobre o assunto:
(...) jogue-se na conta da ambição eleitoreira dos responsáveis pelo projeto o dissabor que há de ser sentido na favela pela suspensão das obras.
Entenderam? O Globo, que vem fazendo uma campanha sistemática pela paralisação das obras, não tem nada a ver com isso, esse dissabor (150 desempregados, o que afeta a vida de aproximadamente 500 pessoas, e 30 casas ao relento - isso é apenas um dissabor para O Globo) não pode ser jogado nas suas costas.
É uma nova versão para o velho ditado: “Sentiu-se prejudicado? Vá se queixar ao bispo.” No caso, o bispo Crivella.
Clique aqui para ler as notícias de hoje do Blog do Mello
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail