Atualização e correção: Errei na data de uma pesquisa sobre avaliação de Kassab. Corrigido pelo leitor Rodrigo Mendes – a quem agradeço – modifico as premissas e mantenho o mês, março de 2008.
Segundo pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 25 e 26 de março deste ano, Kassab tinha apenas 13% das intenções de voto. 15 pontos atrás de Alckmin e 16 atrás de Marta.
O que mudou de lá pra cá? Kassab fez durante esse período o que não havia feito antes?
O que aconteceu foi a mais articulada estratégia de propaganda política dos últimos tempos, e que vou chamar aqui de agitprop da mídia corporativa, porque a agitação ocorreu apenas na mídia e teve como objetivo alienar, silenciar e desmobilizar as ruas.
O que definiu a provável eleição de Kassab (e é provável, porque a eleição é apenas no domingo, e é necessário conquistar votos para Marta até as cinco da tarde desse dia) foi o comportamento da mídia corporativa.
Num primeiro momento, congelaram Marta (que tinha sua candidatura ignorada, e, quando não ignorada, criticada), enquanto se dedicavam a desconstruir Alckmin. O candidato Chuchu, que nas eleições presidenciais há dois anos só tinha qualidades, era um exemplo de gestão etc., passou a ser um político medíocre, caipira, cheio de ambições pessoais, incapaz de ceder em nome de um objetivo maior – a estratégia de levar Serra ao Planalto em 2010.
Ultrapassado Alckmin, chegou a vez de Marta. A campanha contra Marta e a favor de Kassab (nunca esquecer que Kassab é Serra) foi e é tão intensa, que nem os gravíssimos fatos das últimas semanas (enfrentamento das polícias em frente ao Palácio Bandeirantes e a desastrada ação da polícia de Serra no seqüestro de Santo André) conseguiram tirar um pontinho do candidato demo-tucano, de acordo com as pesquisas.
Se for confirmada nas urnas a vitória de Kassab, os adversários de Serra temos que começar a trabalhar já, de olho em 2010, para enfrentar o agitprop da mídia corporativa. Ou o governo vai parar nas mãos deles.
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