Por que, de repente, essa paixão de nossa mídia corporativa pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, ao apagar das luzes (como diriam os locutores esportivos) de 2008? Ele recebe homenagens todos os dias pelo país e agora é a estrela dos dois tradicionais programas de entrevistas, em seguida.
Por que será? Coincidência? Ou algo a ver com o fato de o STF entrar em recesso na próxima semana?
O recesso do judiciário começa no próximo dia 20 de dezembro, e os ministros só voltam a se reunir em colegiado no dia 2 de fevereiro de 2009. (Fonte: STF)
Até lá, tudo o que aparecer no Supremo será julgado única e exclusivamente por Mendes.
O que vem por aí? Será que tem algo a ver com a coluna de Elio Gaspari de hoje?
É possível que durante o recesso chegue ao Supremo um pedido de liminar numa Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental, ou ADPF, contra uma jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal de Justiça em 2000. Ela estabeleceu que a banca precisa devolver uma tunga aplicada em janeiro de 1989 no bolso dos depositantes de cadernetas de poupança. A coisa funcionou assim: tentando conter a inflação de 50% ao mês, o governo trocou o índice de remuneração da poupança de fevereiro. Saiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que determinava uma remuneração de 41,72%, e entrou a Letra Financeira do Tesouro, que pagava 22,35%. Morderam 20% do rendimento.
Há quem fale em R$ 100 bi que os bancos teriam que devolver aos poupadores. Os banqueiros – tadiiiinhos – dizem que assim não agüentam, vão à falência. Embora tenham embolsado todo o lucro com aplicações na época.
Como Gilmar livrou a cara do banqueiro Dantas duas vezes, parece que os demais ficaram assanhadinhos... Fiquemos de olho.
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