Não faltava mais nada. Para tentar vencer a guerra da comunicação e combater o que eles chamam de sites antissionistas, Israel resolveu apelar para blogueiros israelenses que falem uma outra língua, de preferência inglês, francês, alemão e espanhol. Mas há vagas para quem domine o russo e o português. Os selecionados serão divididos por idioma e direcionados posteriormente aos sites que Israel considera “problemáticos”.
Os interessados devem enviar seus currículos para media@moia.gov.il.
Será que O Globo está pagando bem à Renata Malkes? Ou eles abrem o olho ou podem perder a correspondente engajada.
Atualização, às 20h52 - No Comentário, a Crica chamou a atenção para uma reportagem de Diógenes Muniz, editor de Informática da Folha Online:
Software israelense manobra opiniões na internet
Nem só de caças F-16 e mísseis teleguiados são feitos os ataques israelenses em Gaza. Uma arma em específico se destacou pela eficiência apresentada desde a escalada do conflito - e continuará sendo usada, mesmo após o cessar-fogo. Ela age nos bastidores da internet, modificando resultados de enquetes on-line, entupindo caixas de e-mails de autoridades e ajudando a protestar contra notícias desfavoráveis à comunidade israelense.
O nome da ferramenta é Megaphone, um software desenvolvido pela companhia Collactive e distribuído pela organização Giyus ("mobilização" em hebraico, mas também sigla para "Give Israel Your United Support" ou "Dê a Israel seu apoio integrado", em tradução livre). O programa serve para mobilizar internautas pelo mundo dispostos a manobrar ("balancear", segundo os usuários) opiniões na rede.
Desenvolvido em 2006, durante a Guerra do Líbano, seu uso atingiu 36.700 "soldados virtuais" com o conflito em Gaza. A meta: 100 mil participantes.
Lobby 2.0
O internauta disposto a fazer parte do arrastão cibernético precisa baixar um programa no site Giyus.org, que se apresenta como uma "coalizão de organizações pró-Israel trabalhando juntas para ajudar a comunidade judaica a fazer suas opiniões serem ouvidas de maneira efetiva".
Instalada a plataforma, aparecem no computador alertas em tempo real sobre notícias, enquetes, artigos, vídeos ou blogs que estejam com visões "a favor ou contra" a comunidade. Lembram os avisos de novas mensagens do comunicador instantâneo MSN. O internauta é convidado, a partir daí, a "agir por Israel" --enchendo os alvos de críticas, elogios ou votos.
Com poucos cliques (e sem dominar o idioma da página em questão), é possível influenciar uma pesquisa no site do Yahoo! ou mandar uma notícia sobre mísseis palestinos para a ONU, entre outros. O programa oferece no próprio navegador um formulário completo de "ação" já preenchido, com endereços dos destinatários e conteúdo padrão a ser enviado: o internauta sequer precisa abrir sua conta de e-mail ou clicar em "enviar".
Redes sociais e sites colaborativos, como Facebook e YouTube, também estão na mira do software. Esse tipo de estratégia, que recebeu o apoio do Ministério das Relações Exteriores de Israel, já forçou o site da BBC a tirar uma enquete do ar.
Desde o início da invasão a Gaza, dezenas de comunidades e sites foram "pichados", invadidos ou derrubados, tanto por piratas virtuais palestinos quanto israelenses. O que se destaca neste caso, no entanto, é o modo de atuação do programa, que institucionaliza a manipulação de informação de forma coordenada e colaborativa.
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