Quando ainda outro dia o ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi disse que empresa que pegasse dinheiro com o governo não deveria demitir trabalhadores foi um deusnosacuda na mídia corporativa. Levou tiro de todos os lados, O Globo chegou a dizer que o presidente Lula “teria ficado furioso com Lupi”.
Para os jornalões, o que vale é a regra ditada pelo megaespeculador George Soros, que, resumidamente quer dizer o seguinte: o governo só deve entrar com o socorro, a grana, depois recolhe o time e deixa que o mercado se autorregule (estamos tendo uma prova de como é furado esse raciocínio agora, com a violenta crise mundial, fruto de papéis podres produzidos pelo deus-mercado).
Mas o que quero dizer é o seguinte: a mídia caiu de pau no Lupi e agora o incensado Obama faz exatamente o mesmo nos EUA, quando enviou ao Congresso o pacote de medidas econômicas com uma cláusula chamada “Compre América”. A cláusula proíbe a compra de ferro e aço estrangeiros por empresas que tenham se beneficiado pelo pacote de estímulo do governo.
Lupi e Obama estão certos. Querem dinheiro do governo, as condições são essas. No caso brasileiro, CEOs, presidentes, diretores, conselheiros, acionistas que aceitem receber menos e mantenham os empregos daqueles que não são responsáveis pela crise. Afinal, qual a culpa do trabalhador da Aracruz, da Sadia, da Votorantin, pela caca que os administradores desses grupos fizeram apostando o fruto de seu trabalho no mercado derivativo?
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