Telejornal israelense é interrompido por um homem ao telefone. É o médico palestino Izaldin Abu Al Yesh, conhecido dos israelenses por aparecer muitas vezes nos noticiários de TV, comentando acontecimentos da Faixa de Gaza, com uma postura de quem sempre apostou no diálogo e na convivência entre palestinos e israelenses.
Dessa vez Izaldin Abu Al Yesh estava desesperado, chorando, porque um ataque israelense matou três de suas filhas. Ao vivo, ele mostrou sua dor aos israelenses, que você pode testemunhar um pouco no vídeo acima (com legendas em espanhol) ou num outro, mais completo (com legendas em inglês), que você pode assistir aqui.
Segundo o Clarin, o entrevistador do telejornal, Shlomi Eldar, é muito amigo do médico e nota-se claramente seu constrangimento diante do desespero do amigo. Seu apelo na TV foi atendido e ambulâncias foram enviadas ao prédio, onde estava a família de Izaldin Abu Al Yesh. Mortos e feridos da família foram levados para hospitais de Israel.
O médico ainda se mostrou indignado com a versão da força israelense de que apenas respondeu a tiros que vinham do prédio. Essa é a desculpa de sempre de Israel, cuja estratégia de ataque foi defendida pelo ainda (até quando?) Prêmio Nobel da Paz e presidente de Israel, Shimon Peres.
Abu Al Yesh aseguró que "no había ningún hombre armado en mi casa". El periodista Eldar, al escuchar la versión militar, cortó las palabras del conductor y aseguró: "Yo lo puedo asegurar: no se disparó desde la casa de Abu Al Yesh. Puedo pensar que fue desde una casa vecina pero no de la suya". Abu Al Yesh no podía entender: "Yo estaba fuera de la casa y cuando vi que disparaban contra nuestro edificio, llamé a todos mis conocidos en los medios israelíes pero siguieron disparando adonde estaban las hijas de mi hermano y las mías."
"Qué hicimos ?", se preguntaba ayer desconsolado. "Espero que mis hijos sean los últimos. Si (el ministro de Defensa Ehud) Barak conoce la historia de mis hijas, esto lo perseguirá de por vida". Ran Iaron, de la ONG israelí Médicos por los Derechos Humanos, que conoce personalmente al médico palestino, dijo anoche a Clarín: "Si hay Dios, ahora está llorando".
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