A história da brasileira Paula Oliveira, que teria sido atacada por três neonazistas no último dia 9, em Zurique, na Suíça, está cada vez mais difícil de se sustentar. Pelo menos na parte que se refere ao abortamento dos gêmeos no suposto ataque.
Em entrevista à revista Época, uma amiga (muy amiga) de Paula há mais de três anos e que foi sua companheira de trabalho na multinacional dinamarquesa, onde Paula é funcionária na Suíça, afirma que ela “tinha deixado uma impressão de que inventava algumas coisas para chamar a atenção”. Chegou a afirmar que perdera o marido francês no acidente da TAM em Congonhas, o que se mostrou falso.
A muy amiga disse à reportagem que recebeu há alguns dias um e-mail da Paula em que esta informava da gravidez de gêmeos, enviando o exame em anexo. A Época reproduz o e-mail e a foto do ultrassom, junto com a informação, recebida da amiga, de que a foto é idêntica a uma outra facilmente alcançada através do Google Images.
Ficam as dúvidas: apenas a foto era falsa ou falsa é toda a história da gravidez? Se é assim, por que Paula continua internada num hospital, sem expectativa de alta, sangrando e expelindo coágulos há mais de cinco dias, segundo o pai afirma ao blog suíço Coisas da Suíça? Por que em O Globo de hoje há a afirmação do mesmo pai de que o sangramento é apenas menstruação? Se é apenas menstruação, por que ela está à base de morfina, sempre segundo o pai nessa reportagem em vídeo da Band?
De todas as questões a que me chama mais a atenção é o fato de ela afirmar que foi agredida por três neonazistas, que teriam retalhado seu corpo com as siglas do partido de direita, no poder na Suíça.
Se era para justificar o aborto (ou a falta de gravidez) bastava que ela dissesse que perdeu os gêmeos por abortamento natural, o que seria razoável, já que é portadora de uma doença - o lúpus - que pode causar esse tipo de problema. Por que os três homens e meter o partido do governo na história, o que só poderia lhe causar as complicações que está causando?
O pior para Paula Oliveira é que a investigação sobre o suposto crime é difícil. Na estação “as câmaras funcionam apenas como um circuito interno de TV e não gravam imagens”. A motivação da polícia suíça ficou clara quando os policiais que a atenderam fizeram pressão para que ela confessasse que estava mentindo e inventando tudo aquilo.
Como sabiam? É comum na Suíça pessoas se apresentarem à polícia com o corpo todo retalhado por automutilação?
Fica evidente também o vazamento seletivo da informação de que ela não estaria grávida no momento do suposto ataque, quando nenhuma outra declaração é feita, sob alegação de sigilo.
Há ainda o caso do psiquiatra espanhol, que afirmou na entrevista da Band linkada anteriormente, que Paula estava muito convicta em suas afirmações.
Pra finalizar: Hoje, O Globo, em sua primeira página, diz que o pai de Paula nega plano de fuga da Suíça e afirma que não sabe de onde partiu essa informação. Eu sei: do mesmo O Globo, que ontem afirmou, também na primeira página, Governo quer que advogada deixe Suíça, o que não foi confirmado pela família de Paula nem pelo governo brasileiro.
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