Paula Oliveira pode ter sido vítima da campanha pelo Não no Plebiscito que ocorreu na Suíça dia 8 de fevereiro. Coincidentemente, um dia antes do ataque que ela afirma ter sofrido de três neonazistas, que deixaram marcas e escreveram em seu corpo a sigla do partido direitista, atualmente no poder naquele país, SVP.
Em 8 de fevereiro os suíços foram às urnas ampliar ou negar acordos anteriores assinados com a União Européia. O partido no poder, SVP, fez campanha pelo Não e perdeu. Eles queriam restringir a livre circulação de estrangeiros pelo país. O Sim venceu por 60% a 40%.
A campanha do SVP foi agressiva, os estrangeiros sendo vistos como corvos que devoravam a Suíça aos bocados, como mostra reprodução do cartaz da campanha aí em cima.
O ex-presidente do partido e ex-ministro da Justiça, Christoph Blocher, numa entrevista no mesmo dia 9, lamentou o resultado e atacou imigrantes, especialmente alemães e portugueses:
Ele citou que o desemprego entre os imigrantes portugueses aumentou 108% nos últimos quatros meses e que esses desempregados ficam na Suíça para receber o seguro-desemprego e os benefícios da assistência social.
Pois foi na noite desse dia que Paula foi atacada, segundo suas próprias palavras, quando falava ao telefone (em português) com sua mãe.
A sigla SVP espalhada por seu corpo não seria mais uma forma radical de protesto e inconformismo contra esses “portugueses que ficam na Suíça para receber o seguro-desemprego e os benefícios da assistência social” e que, afinal, foram beneficiados pela vitória do Sim no Plebiscito?
Falar português pode ter sido a desgraça de Paula Oliveira.
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail