Eu já havia levantado aqui minha suspeita, mas assistindo à íntegra da sabatina do ministro Gilmar Mendes na Folha, não tenho mais dúvidas: ele é o Simão Bacamarte à frente do STF.
Assim como o personagem do divertidíssimo conto de Machado de Assis, O Alienista, o presidente do Supremo se acha imbuído de uma missão científica. Ambos se julgam porta-vozes da verdade e do conhecimento científico, diante do caos mental (Simão) e jurídico (Mendes).
No conto, Simão Bacamarte funda a Casa Verde e tranca ali todos os que considera loucos na cidade, para estudá-los. Encontra tantos, que percebe que há mais gente dentro da Casa Verde que fora. Inverte então os critérios e passa a trancafiar os que são sinceros, os modestos etc.
Estando os loucos divididos por classes, segundo a perfeição moral que em cada um deles excedia às outras, Simão Bacamarte cuidou em atacar de frente a qualidade predominante. Suponhamos um modesto. Ele aplicava a medicação que pudesse incutir‑lhe o sentimento oposto.
(...)No fim de cinco meses e meio estava vazia a Casa Verde; todos curados!
Foi aí que:
Simão Bacamarte achou em si os característicos do perfeito equilíbrio mental e moral; pareceu‑lhe que possuía a sagacidade, a paciência, a perseverança, a tolerância, a veracidade, o vigor moral, a lealdade, todas as qualidades enfim que podem formar um acabado mentecapto. (...) [Trancou-se então na Casa Verde], entregou‑se ao estudo e à cura de si mesmo.
O que a Casa Verde e Amarela reserva ao ministro Gilmar Bacamarte?
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail