Quando o Jornal Nacional não deu o acidente da Gol em que morreram 154 (?) brasileiros para que a notícia não ofuscasse as fotos com a dinheirama dos aloprados na eleição de 2006, foi um escândalo tão grande, pegou tão mal para a Globo, que o diretor de Jornalismo Ali Kamel fez correr uma lista espontânea de jornalistas da casa defendendo a lisura da Globo. É a voz do patrão intimidando, como denunciou Rodrigo Vianna em sua carta aos colegas da Globo.
O mesmo acontece agora no STF. Depois do pito que o ministro Joaquim Barbosa passou no presidente do STF, Gilmar Mendes, este convocou uma reunião. De lá saiu uma nota em apoio à sua conduta à frente do Supremo.
Mas na internet, a mentira e a ocultação têm perna curta. Mário de Oliveira, em comentário no blog do Azenha, deu a informação de que seis ministro do Supremo trabalham para Gilmar Mendes:
Você já entrou no site do IDP - Instituto Brasiliense de Direito Público, que é de propriedade do Ministro Gilmar Mendes?
Entre os professores desse instituto estão os senhores Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha (cinco Ministros do Supremo). Ou seja, alguns dos Ministros do Supremo também são funcionários, empregados, prestadores de serviço ou contratados, seja lá como possa ser definida legalmente, a relação deles com o IDP do Presidente do Supremo. Também está na relação o Ministro Nelson Jobim.
Será que não estariam ética e moralmente impedidos de se manifestarem acerca do entrevero Joaquim Barbosa X Gilmar Mendes? Nesse caso, não há conflito de interesses já que de alguma maneira os citados têm relação com Presidente do Supremo que envolve remuneração?
Ps do site [do Azenha]: O comentarista não notou, mas o senhor Cezar Peluso trabalha para Gilmar e é também ministro do STF.
“Os ministros do STF que subscrevem esta nota, reunidos após a Sessão Plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao Senhor Ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data”.
Assinam a nota Marco Aurélio Mello, Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Carmen Lúcia, Menezes Direito (estes seis, professores do IDP de Mendes) e mais Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Não assinaram a nota somente os envolvidos na polêmica, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, além de Ellen Gracie, que está fora do Brasil.
Repare que, mesmo assim, a nota não tem nenhuma censura ao comportamento do ministro Joaquim Barbosa, aquele que nos lavou a alma.
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