Sei que o vice-presidente está na sua batalha contra o câncer, fazendo tratamento pesado. Mas ele é figura importantíssima no governo e no imaginário popular. Quase um complemento do presidente Lula. Sua luta, sua determinação, o fato de ser um empresário de sucesso. E, agora, também, e principalmente, por ser mineiro, como Dilma. Ele é a figura perfeita para servir de contraponto à ofensiva de Aécio, no que está sendo chamado de Serrasia (mais certo seria se escrito com z).
Já imaginaram o efeito de inserções (aqueles pequenos comerciais que aparecem no meio da programação) com José de Alencar afirmando que desde JK esta é a primeira vez que Minas poderá eleger no voto um mineiro - a mineira Dilma - presidente da República?
Vejam se não estou certo, lendo a entrevista que José de Alencar concedeu ao Correio Braziliense e que vi no blog do jornalista Dacio Malta:
Já imaginaram o efeito de inserções (aqueles pequenos comerciais que aparecem no meio da programação) com José de Alencar afirmando que desde JK esta é a primeira vez que Minas poderá eleger no voto um mineiro - a mineira Dilma - presidente da República?
Vejam se não estou certo, lendo a entrevista que José de Alencar concedeu ao Correio Braziliense e que vi no blog do jornalista Dacio Malta:
Alencar: “Dilma é Minas no poder”
O vice-presidente José de Alencar concedeu uma entrevista a Bertha Maakaroun, do ‘Correio Braziliense’, na qual afirma que “Dilma é Minas na Presidência da República. Não podemos de forma alguma deixar de compreender isso, do contrário correremos o risco da incoerência”.
“Mesmo sofrendo com a quimioterapia e enfraquecido pela sequência de internações para o tratamento dos efeitos colaterais”, o vice quer receber hoje Lula e Dilma, em Belo Horizonte, para engrossar a carreata no centro da capital.
- Como está o seu estado de saúde?
- Estou em tratamento. A partir desta segunda tenho um novo coquetel de medicamentos endovenosos para a quimioterapia, que vai ser aplicado durante cinco dias ininterruptos. Isso é a primeira vez que faço. Normalmente, fazia um dia na semana, depois na outra semana mais um, depois falhava na outra semana. Agora são cinco dias seguidos. Não posso imaginar qual vai ser o efeito colateral, que varia de medicamento para medicamento. Os efeitos que tenho sentido até hoje são vários. Por exemplo, o problema do edema pulmonar, que é uma retenção de líquido. Fico com as pernas e os pés inchados. Tenho dormência nas extremidades dos pés e até no próprio pé. Isso não para. E há outros efeitos. Por exemplo, hemoglobina caiu, a creatinina, a ureia…
- Que avaliação os médicos têm feito da evolução do seu quadro?
- O oncologista principal, que é o dr. Paulo Hoff, voltou agora de um congresso em Milão muito animado. Tenho fé em Deus e tenho obedecido aos médicos.
- Como estão os tumores?
- Quando comecei a quimioterapia com uma nova droga em setembro do ano passado, fizemos exames de imagem e os tumores tinham perdido tamanho. Mas houve mudança no tratamento por incapacidade de suportar essas drogas. Isso tem dois meses. Não tinha feito exame. Fiz na semana passada e o quadro… a verdade é que o tumor, aquele que estava à vista, voltou a crescer e surgiram quatro novos na mesma região do peritônio. Esses quatro novos são motivo de grande preocupação. O meu caso é denominado sarcoma no tecido mole. Dá em músculo, gordura, não é em aparelho digestivo. Ele também não tem característica de metástase. São células que se reproduzem isoladamente. Os médicos falam que ele tem característica recorrente. É operado e volta. Por isso fiz essa quantidade de operações.
- Dilma virá hoje a BH acompanhada de Lula para uma carreata em Belo Horizonte. O sr. vai recebê-la?
- Não posso afirmar que vou porque a situação pode mudar. Se eu estiver como estou agora, ainda que esteja me sentindo muito cansado, vou fazer todo o possível. Mesmo porque estará indo a Minas o presidente Lula. Ele e a Dilma. Eu não poderia deixar de estar presente, a menos que não tenha jeito. Mas se não for possível, de qualquer maneira estarei presente, porque o meu coração estará com ela. Ela é Minas na Presidência da República. Acho que nós, mineiros, somos conscientes do nosso compromisso com o Brasil. Quando Minas está no governo é melhor para o país. Não podemos de forma alguma deixar de compreender isso, do contrário correremos o risco da incoerência, pois sempre defendemos essa tese. Eu, por exemplo, acho que temos em Minas um mineiro capaz de levar o estado à Presidência. É o Aécio.
- Na quinta-feira, Serra esteve em Belo Horizonte para um ato político ao lado de Aécio Neves (PSDB), Antônio Anastasia (PSDB) e Itamar Franco (PPS). O PSDB em Minas promete desarticular o Dilmasia, atraindo os prefeitos para o campo do Serra. Como o sr. avalia essa estratégia?
- Minas elegeu o professor Anastasia. Eu não votei nele. Porém tenho reconhecimento de que é um grande mineiro, que vai fazer um bom trabalho. Mas nós todos sabemos que uma das razões pelas quais a eleição dele se consolidou foi o Dilmasia. Eu até não era a favor disso, mas foi objeto de estratégia defendida por eles próprios, ainda que não pudessem fazê-lo claramente. O governador Aécio, discretamente, porque não poderia ser de outra maneira, defendeu o Dilmasia. Hoje (ontem), fiquei de certa forma triste quando vi uma nota dizendo que a exemplo do Dilmasia, agora seria o Serrasia. Achei isso um negócio ridículo, porque não tem sentido. Temos uma mineira, uma mulher de bem, excepcional, preparada, em condições de mostrar a personalidade de Minas.
- Que diferenças programáticas o sr. apontaria entre a candidatura da Dilma e a do Serra?
- Na hipótese da vitória da Dilma, temos a segurança de que o Brasil vai continuar crescendo, distribuindo renda, sensível aos menos favorecidos, colocando os objetivos sociais à frente para todas as ações de governo, buscando o bem comum sempre. Isso é sem dúvida. E mais do que isso, em outra esfera, o Brasil será um país que defende a ideia de que determinadas atividades estratégicas devem ser objeto de investimento do Estado. Nós não podemos deixar que passe por nossa cabeça a ideia de perder a Petrobras. Digo perder, porque é perder. A Argentina privatizou a sua petrolífera. A Argentina quebrou, deu calote internacional”.
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