Serra e os mata-mosquitos, quem agrediu quem?

Em 1999, quando era Ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, José Serra demitiu quase seis mil mata-mosquitos no Rio de Janeiro. Seis mil pessoas que se viram desempregadas da noite para o dia. Muitas ficaram na miséria. Houve 33 casos de suicídio entre elas.

Mas não é só isso: exatamente por essas demissões e pela ausência de uma política de prevenção e combate ao mosquito causador da dengue, o Rio de Janeiro teve a maior epidemia de dengue da história do Brasil em 2002, "quase 290 mil pessoas contraíram a doença no Estado e 91 morreram em todo o Estado, sendo 65 mortes e 138 mil casos somente na capital. Foi o ano com mais casos de dengue na história do país, concentrados no Rio de Janeiro".

O Sindicato que abriga os mata-mosquitos fica na zona Oeste da cidade, exatamente onde Serra foi ontem com sua comitiva, repleta de seguranças.  Por que tantos seguranças? Porque sabiam que os mata-mosquitos estariam lá para protestarem contra aquele que os jogou no desemprego.

Quem provocou quem? Quem agrediu quem? Por que, como mostram os telejornais, Serra levou a bolinha de papel na cabeça e seguiu caminhando normalmente e só começou a "passar mal" logo após ter recebido um telefonema, como mostra especialmente a reportagem do SBT?

Todo cuidado é pouco na reta final da campanha. José Serra já mostrou estar disposto a tudo para chegar à presidência. O melhor a fazer é deixá-lo falando sozinho para seus militantes pagos, ao lado de seus candidatos derrotados, como o ex-Gabeira aqui no Rio. E manter, sim, uma equipe da campanha da Dilma gravando tudo, com repórteres espalhados e atentos, cobrindo qualquer possibilidade de armação da campanha tucana. Que, pelo que apontam as últimas pesquisas, certamente virá.

Com a tecnologia disponível nos celulares já é possível enviar imagens para o Youtube e as redes sociais na hora, utilizando o BCYou, por exemplo.

É preciso fazer na campanha o que Serra não fez no Ministério da Saúde: prevenir para evitar que haja uma epidemia de calúnias, mentiras e armações, que podem provocar uma dengue hemorrágica nas urnas.

.