O jornalismo ‘independente’ de Ali Kamel, a ‘bomba’ do Faustão que parou Ipanema. E mais: Procter & Gamble, Grendene e Coca-Cola
Quarta-feira, de manhã cedinho, Ipanema acordou sob o barulho ensurdecedor dos helicópteros. Vários deles davam voltas em torno da praça General Osório, das favelas do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.
O motivo do aparato: duas caixas, supostamente (como gosta de dizer o porcalismo testador de hipóteses de Kamel) com bombas, foram deixadas nas duas praças do bairro: uma na Praça Nossa Senhora da Paz e a outra na General Osório, aquela da conhecida feira Hippie (que de hippie hoje só tem o nome). Esta, bem ao lado de uma cabine da PM.
O bairro parou. E, durante duas horas, literalmente. Todo o trânsito na principal rua do bairro foi bloqueado, porque o esquadrão antibombas estava, a la Kamel, testando hipóteses diante das caixas.
O clima no bairro era de tensão e medo. Há dias o Rio sofre uma onda de atentados, que parece crescer em escala a cada dia.
O esquadrão antibombas explodiu a caixa da General Osório. Não seria necessário, porque a abertura da outra, na Nossa Senhora da Paz, mostrou que havia apenas uma chave lá dentro.
O absurdo de tudo isso viria à tona logo depois: as tais caixas com bombas faziam parte de uma promoção da Procter & Gamble (um dos maiores anunciantes do Brasil - Ariel, Prestobarba, Creme Dental Oral B, Desodorante Gillette, Naturella, Koleston, Pampers, Always, Duracell, Pantene...) para o Domingão do Faustão.
Como é que no meio da situação que o Rio está vivendo se faz uma ‘promoção’ dessas?
À noite, o JN (que Kamel diz que é independente) tratou assim esse disparate, que parou a vida do bairro, denegriu ainda mais a imagem do Rio no exterior, fez com que crianças não fossem as suas escolas, pessoas se atrasassem no trabalho, outras perdessem consultas médicas. Fora, os gastos com helicópteros, deslocamento de inúmeras viaturas de polícias e do esquadrão antibombas.
No JN, a informação (se é que o porcalismo de Kamel produz alguma) ficou solta no meio de uma reporcagem geral sobre os outros atos de violência do dia no Rio:
Uma promoção criminosa é tratada assim, em passant, sem citar os mandantes do crime (a Procter & Gamble que autorizou a promoção desastrada) nem o Domingão do Faustão, que era o objetivo da campanha.
Já imaginaram se fosse uma promoção de qualquer ação do governo Lula, por exemplo?
É o porcalismo de Kamel, que de independente não tem nada. Aliás, como já havia demonstrado uns dias antes, quando tratou da condenação da empresária Tânia Bulhões, omitindo que ela é casada com um dos irmãos Grendene, também um dos grandes anunciantes do Brasil.
A independência de Kamel é com relação ao Homer Simpson que eles imaginam que assistem ao que fazem.
Aliás, você viram lá no JN alguma informação (e olha que já é antiga, aqui no blog tem quatro anos e oito meses) de que laudo realizado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) do Departamento da Polícia Federal concluiu que a Coca-Cola do Brasil usa folhas de coca como matéria-prima na fabricação do extrato vegetal (também chamado de mercadoria nº 05) utilizado como um dos componentes na fabricação do seu refrigerante de cola?
Ainda dá tempo, Kamel. Segundo a legislação de entorpecentes em vigor (DL 891, de 25/11/1938, itens 13 e 14), o uso de folhas de coca e suas preparações é terminantemente proibido no país, assim como a utilização de cocaína, seus sais e preparações. A lei faz distinção clara e cita todas as formas proibidas, tanto quanto ao uso, cultivo, transporte e comercialização. O item 13 abrange a folha de coca e suas preparações; o item 14 veta a utilização de cocaína, seus sais e preparações. Ou seja: em estrito respeito à lei, a Coca-Cola não poderia ser comercializada no país. Isso não é notícia?
O motivo do aparato: duas caixas, supostamente (como gosta de dizer o porcalismo testador de hipóteses de Kamel) com bombas, foram deixadas nas duas praças do bairro: uma na Praça Nossa Senhora da Paz e a outra na General Osório, aquela da conhecida feira Hippie (que de hippie hoje só tem o nome). Esta, bem ao lado de uma cabine da PM.
O bairro parou. E, durante duas horas, literalmente. Todo o trânsito na principal rua do bairro foi bloqueado, porque o esquadrão antibombas estava, a la Kamel, testando hipóteses diante das caixas.
O clima no bairro era de tensão e medo. Há dias o Rio sofre uma onda de atentados, que parece crescer em escala a cada dia.
O esquadrão antibombas explodiu a caixa da General Osório. Não seria necessário, porque a abertura da outra, na Nossa Senhora da Paz, mostrou que havia apenas uma chave lá dentro.
O absurdo de tudo isso viria à tona logo depois: as tais caixas com bombas faziam parte de uma promoção da Procter & Gamble (um dos maiores anunciantes do Brasil - Ariel, Prestobarba, Creme Dental Oral B, Desodorante Gillette, Naturella, Koleston, Pampers, Always, Duracell, Pantene...) para o Domingão do Faustão.
Como é que no meio da situação que o Rio está vivendo se faz uma ‘promoção’ dessas?
À noite, o JN (que Kamel diz que é independente) tratou assim esse disparate, que parou a vida do bairro, denegriu ainda mais a imagem do Rio no exterior, fez com que crianças não fossem as suas escolas, pessoas se atrasassem no trabalho, outras perdessem consultas médicas. Fora, os gastos com helicópteros, deslocamento de inúmeras viaturas de polícias e do esquadrão antibombas.
No JN, a informação (se é que o porcalismo de Kamel produz alguma) ficou solta no meio de uma reporcagem geral sobre os outros atos de violência do dia no Rio:
A onda de violência gera reações imprevisíveis. Nesta quarta, uma praça no coração de Ipanema foi isolada, cercada pela polícia e durante duas horas as atenções ficaram voltadas para duas caixas. Chegou-se a pensar que escondessem explosivos. O Esquadrão Anti-Bombas até explodiu uma delas.
Só depois de toda a mobilização da polícia é que se descobriu que as caixas faziam parte da promoção de uma agência de propaganda. Era uma campanha publicitária para a divulgação de um produto. É o Rio em dias de muita apreensão. Mas que segue reagindo aos ataques dos bandidos.
Uma promoção criminosa é tratada assim, em passant, sem citar os mandantes do crime (a Procter & Gamble que autorizou a promoção desastrada) nem o Domingão do Faustão, que era o objetivo da campanha.
Já imaginaram se fosse uma promoção de qualquer ação do governo Lula, por exemplo?
É o porcalismo de Kamel, que de independente não tem nada. Aliás, como já havia demonstrado uns dias antes, quando tratou da condenação da empresária Tânia Bulhões, omitindo que ela é casada com um dos irmãos Grendene, também um dos grandes anunciantes do Brasil.
A independência de Kamel é com relação ao Homer Simpson que eles imaginam que assistem ao que fazem.
Aliás, você viram lá no JN alguma informação (e olha que já é antiga, aqui no blog tem quatro anos e oito meses) de que laudo realizado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) do Departamento da Polícia Federal concluiu que a Coca-Cola do Brasil usa folhas de coca como matéria-prima na fabricação do extrato vegetal (também chamado de mercadoria nº 05) utilizado como um dos componentes na fabricação do seu refrigerante de cola?
Ainda dá tempo, Kamel. Segundo a legislação de entorpecentes em vigor (DL 891, de 25/11/1938, itens 13 e 14), o uso de folhas de coca e suas preparações é terminantemente proibido no país, assim como a utilização de cocaína, seus sais e preparações. A lei faz distinção clara e cita todas as formas proibidas, tanto quanto ao uso, cultivo, transporte e comercialização. O item 13 abrange a folha de coca e suas preparações; o item 14 veta a utilização de cocaína, seus sais e preparações. Ou seja: em estrito respeito à lei, a Coca-Cola não poderia ser comercializada no país. Isso não é notícia?
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