Por que o governo da presidenta Dilma se acovardaria, professor Comparato?

O professor Fábio Konder Comparato deu uma entrevista ao Portal Vermelho, onde defendeu a regulação da mídia e falou sobre as três ações diretas de inconstitucionalidade por omissão (ADO) propostas por ele, contra o Congresso Nacional, que até hoje não regulamentou os artigos da Constituição de 1988 que tratam da comunicação.

A entrevista foi merecidamente repercutida na blogosfera. No entanto, o grande destaque, tanto no Portal Vermelho, quanto nas postagens, foi dado a um trecho da entrevista, ao meu modo de ver completamente infeliz:

Vermelho: Que expectativa o senhor tem em relação ao novo governo, no que diz respeito às comunicações?
Comparato: Eu espero que o governo da presidente Dilma Rousseff não se acovarde, nem diante do oligopólio empresarial de comunicação de massa, nem perante os chefes militares, que continuam a defender abertamente os assassinos, torturadores e estupradores de oponentes políticos, durante o regime castrense de 1964 a 1985.

A manchete do Vermelho foi “Comparato: Que o governo Dilma não se acovarde diante da mídia”. Os blogs ou a repetiram ou fizeram pequenas variações, mas sempre mantendo o “não se acovarde”.

Por que o “não se acovarde”? De um gago, a gente espera que ele não gagueje quando for falar. De um sujeito de memória ruim, que ele se recorde do discurso que vai pronunciar. De um tímido, que ele consiga se comunicar. Etc. Por que esperar de uma mulher que aos 19 anos pegou em armas contra a ditadura instalada no país que hoje, presidenta da República, seu governo não se acovarde?

A Ley de Medios tão esperada por nós pode até não sair, mas duvido que seja por covardia do governo Dilma. Quem já bateu de frente com ela sabe disso. Não é, senador Agripino Maia?



Mais uma vez: Deixem a mulher trabalhar!

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