Estados Unidos projetam nos outros os crimes que cometem

Os Estados Unidos se acham os donos do mundo. Acham-se no direito de definir quais países são democráticos e quais não. Acham-se até no direito de definir quando um pais que julgam democrático deixa de sê-lo. E, como se julgam senhores da razão, acham-se, portanto, no direito de decidir se devem ou não intervir nesse país para "restaurar" a democracia.

A intervenção pode ser direta ou indireta. Nesta, apoiam grupos opositores com dinheiro e armas. Se não for o bastante, buscam um motivo para invadir militarmente o país, com pretextos verdadeiros ou falsos - como a suposta existência de armas químicas no Iraque, por exemplo.

Invadido o país, os Estados Unidos se acham no direito de depor o "ditador", que antes eles consideravam "chefe de Estado" - como fizeram com Sadam Husseim, por exemplo. E como pretendem fazer agora na Líbia (cujo presidente foi ditador, deixou de - e agora voltou a - sê-lo).

Agentes da CIA tentaram matar Fidel Castro inúmeras vezes (Desse jeito a CIA ainda acaba matando Fidel Castro). Tentaram invadir Cuba e derrubar o governo cubano. Porque julgam que Cuba não é um país democrático, como, por exemplo, é "democrática" a Arábia Saudita (!!).

Assim, como senhores do mundo, acham-se com direito de vida e morte sobre países e pessoas.

Portanto, nada mais justo (segundo a ótica americana) que sejam altamente paranóicos em questões de segurança interna do país e, por inclusão, de seu presidente.

Porque a soberba dos EUA é tanta que alguns cidadãos se julgam com direito de vida e morte até sobre seu presidente, conseguindo assassinar alguns deles (Lincoln e Kennedy, por exemplo) e quase conseguindo com outros (Reagan, por exemplo).

Desse modo levam tremendamente a sério a segurança de seu presidente. Não somente por temerem adversários externos (nunca um presidente dos EUA foi morto por um estrangeiro), mas especialmente pelos inimigos internos.

Tudo isso é sabido. Então, por que países, como acontece agora com o nosso, aceitam receber a visita do presidente dos Estados Unidos com exigências de segurança que são à altura de sua arrogância e paranoia?

Por que nossos ministros de Estado devem se submeter - em nosso solo, em nosso país - à humilhação de serem revistados por nossos visitantes?

Se não confiam em nossa hospitalidade, por que nos visitam, a não ser por sua própria conveniência?

Com visitantes amigos assim, quem precisa de inimigos?

.