Agora que está preso e sem direito a recurso Pimenta Neves diz que preferia ter começado a cumprir pena logo após o julgamento
A declaração do jornalista está na Folha de hoje (aqui, para assinantes).
Agora que vislumbra os dias de cadeia que terá pela frente, Pimenta Neves filosofa. Mas sempre tomando sua pessoa como referência, sem uma palavra a respeito da vítima (a jornalista Sandra Gomide, de 32 anos) ou sua família.
Por que não tomou a atitude antes e por que se lamenta agora? A cadeia em que está metido é a resposta.
Todos podemos cometer erros. Ninguém está livre de um ato impensado.
Mas não foi o que aconteceu com Pimenta Neves. Primeiro, ao ser rejeitado pela namorada 30 anos mais jovem, usou o poder do cargo de diretor de redação do Estadão e a demitiu. Não satisfeito, ligou para todos os principais jornais e revistas e pediu para que não a contratassem, senão... Quem iria bater de frente com o diretor de redação do àquela época poderoso Estadão?
Desempregada e com as portas se fechando em sua cara, ele esperava que Sandra Gomide voltasse pra ele.
Ela não voltou. E ele a chamou para uma conversa, já com a arma preparada, e a matou com um tiro nas costas e outro na nuca, com Sandra já caída e indefesa.
Confessou o crime. Mas contratou advogados para se livrar da pena.
Agora se lamenta. Mas se lamenta por ele mesmo.
Realmente, se houvesse cometido o crime hediondo que cometeu e optado por pagá-lo na cadeia, sem recorrer a estratagemas de advogados, Pimenta Neves estaria hoje livre.
Mas ele é a parte menor no assunto. Sandra Gomide está morta. E sua família, destruída. Declaração de pai de Sandra:
Este outro crime Pimenta Neves não paga, nem se mostra arrependido ou consciente de o haver cometido. Lamenta apenas agora os dias de cadeia pela frente. Nenhuma palavra sobre a vida que tirou ou a família que destruiu.
Nenhuma explicação para o fato de que só não ficou preso anteriormente graças a seus advogados, regiamente pagos.
Se realmente tivesse cometido um ato impensado, aceitaria a pena, liberaria os advogados, pediria desculpas à família. E aí, quem sabe, não teria cometido os outros dois assassinatos indiretos e impunes que cometeu: do pai e da mãe de Sandra Gomide.
Crimes que ficarão impunes.
Ao permitir a entrada da polícia na sua casa no Brooklin, zona sul de São Paulo, na noite de anteontem, o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 74, fez um desabafo para um delegado: "eu preferia ter começado a cumprir minha pena logo após o julgamento. Só assim teria voltado a ser um homem normal, que vai ao restaurante ou à padaria".
Agora que vislumbra os dias de cadeia que terá pela frente, Pimenta Neves filosofa. Mas sempre tomando sua pessoa como referência, sem uma palavra a respeito da vítima (a jornalista Sandra Gomide, de 32 anos) ou sua família.
Por que não tomou a atitude antes e por que se lamenta agora? A cadeia em que está metido é a resposta.
Todos podemos cometer erros. Ninguém está livre de um ato impensado.
Mas não foi o que aconteceu com Pimenta Neves. Primeiro, ao ser rejeitado pela namorada 30 anos mais jovem, usou o poder do cargo de diretor de redação do Estadão e a demitiu. Não satisfeito, ligou para todos os principais jornais e revistas e pediu para que não a contratassem, senão... Quem iria bater de frente com o diretor de redação do àquela época poderoso Estadão?
Desempregada e com as portas se fechando em sua cara, ele esperava que Sandra Gomide voltasse pra ele.
Ela não voltou. E ele a chamou para uma conversa, já com a arma preparada, e a matou com um tiro nas costas e outro na nuca, com Sandra já caída e indefesa.
Confessou o crime. Mas contratou advogados para se livrar da pena.
Agora se lamenta. Mas se lamenta por ele mesmo.
Realmente, se houvesse cometido o crime hediondo que cometeu e optado por pagá-lo na cadeia, sem recorrer a estratagemas de advogados, Pimenta Neves estaria hoje livre.
Mas ele é a parte menor no assunto. Sandra Gomide está morta. E sua família, destruída. Declaração de pai de Sandra:
Minha mulher ficou com problema psíquico. Ficou com transtorno bipolar e está internada em Santos. De dois em dois meses vou ao psiquiatra com ela. Ela acha que a Sandra está viva, às vezes, e depois acha que sou culpado pela morte dela. Ela toma três remédios de dia e três à noite, só remédio forte. Eu fiquei com neuropatia diabética, tive problemas de coração, tive de fazer quatro safenas e uma mamária. Só de acordar à noite, lá para uma da manhã, de pensar nesse caso...só de pensar que o Pimenta está numa boa e eu aqui nessa vida...Isso é muito ruim para mim. É a pior coisa. É preferível perder as pernas do que perder uma filha desse jeito. Eu nunca pensei que eu ia sair de Minas Gerais, fazer minha família aqui e depois acontecer um negócio desses. Às vezes eu penso “Será que tudo isso aconteceu mesmo? Será que esse sou eu mesmo?”. [Fonte]
Este outro crime Pimenta Neves não paga, nem se mostra arrependido ou consciente de o haver cometido. Lamenta apenas agora os dias de cadeia pela frente. Nenhuma palavra sobre a vida que tirou ou a família que destruiu.
Nenhuma explicação para o fato de que só não ficou preso anteriormente graças a seus advogados, regiamente pagos.
Se realmente tivesse cometido um ato impensado, aceitaria a pena, liberaria os advogados, pediria desculpas à família. E aí, quem sabe, não teria cometido os outros dois assassinatos indiretos e impunes que cometeu: do pai e da mãe de Sandra Gomide.
Crimes que ficarão impunes.
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