Mãe judia e suas três filhas, numa manhã no Leblon

Eu subia a José Linhares em direção à Conde de Bernadotte quando as avistei.

Estavam para atravessar a Humberto de Campos e vinham em sentido contrário ao meu.

A mãe segurava firmemente as mãos das duas menores (entre 3 e 5 anos). A mais velha (no máximo 7) estava ao lado.

As quatro se vestiam de maneira semelhante: vestidos abaixo de joelho, mangas compridas. Usavam também meias opacas, que lhes escondiam as canelas, e sapatos baixos e pretos.

O sinal abriu para elas. Atravessaram. Estávamos agora no mesmo quarteirão, eu subindo, elas descendo.

A menina mais velha anda mais rápido que as outras três (a mãe deve ter no máximo 30 anos).

A menina mais velha olha para um ponto indefinido. Não está aqui no Leblon. Acelera, aérea, e já está uns cinco metros à frente das demais.

De repente, a do meio (menos de 5 anos com certeza) grita, com uma expressão de reprimenda, "Sara!".

A menina mais velha, que agora sabemos chamar-se Sara, assustada, como que caindo de outro lugar, volta-se para elas e encaminha-se em direção ao grupo.

As quatro atravessam para o outro lado da calçada e as perco de vista.

Em que mundo estaria Sara?


(Via Celular)