As semelhanças entre os casos Veja e News of the World não ficam apenas no comportamento criminoso dos veículos. As reações dos governos brasileiro e britânico apresentam coincidências impressionantes.
Tony Blair, primeiro-ministro britânico por dez anos, só criticou a imprensa de lá no final do mandato, quando afirmou que ela agia "como uma besta feroz".
Comportamento semelhante teve o presidente Lula, que também sofreu nas mãos da "besta feroz", mas só enviou o projeto de Franklin Martins de regulação da mídia no final de seus oito anos de governo. E também só a partir daí adotou uma crítica mais incisiva às corporações midiáticas.
O substituto de Blair, Gordon Brown, acha que registros médicos, bancários e fiscais de sua família foram invadidos. Como se não bastasse, Rebekah Brooks (na época Wade e editora do Sun, do mesmo grupo do News of the World) lhe telefonou para dizer que o jornal ia revelar que o filho dele, de apenas 4 anos, tinha fibrose cística. Ainda assim, um tempo depois, Brown foi ao casamento de Rebekah.
Exatamente como Dilma (sucessora de Lula, como Brown de Blair) foi à festa dos 90 anos da Folha, que publicara em sua primeira página uma ficha criminal falsa da então candidata.
David Cameron, que veio a suceder Brown como primeiro-ministro, foi além "e contratou Andy Coulson, ex-editor do News of the World, como seu assessor de comunicações".
No final do ano passado, um dos nomes cogitados para presidir o Banco Central sob o governo Dilma era o de Fábio Barbosa. Coincidentemente, Barbosa assume este mês a presidência executiva da Abril (Veja), com plenos poderes (inclusive editoriais).
E se Fábio Barbosa vier a procurar a presidenta e propor um acordo do tipo vamos esquecer o passado e pensar no futuro? Dilma vai topar e empurrar com a barriga, com medo da mídia, como os primeiros-ministros ingleses, ou vai aproveitar a oportunidade do flagrante criminoso da reportagem desta semana sobre Dirceu para romper esse triste histórico de coincidências e determinar que a Ley de Medios é para já?
Tony Blair, primeiro-ministro britânico por dez anos, só criticou a imprensa de lá no final do mandato, quando afirmou que ela agia "como uma besta feroz".
Comportamento semelhante teve o presidente Lula, que também sofreu nas mãos da "besta feroz", mas só enviou o projeto de Franklin Martins de regulação da mídia no final de seus oito anos de governo. E também só a partir daí adotou uma crítica mais incisiva às corporações midiáticas.
O substituto de Blair, Gordon Brown, acha que registros médicos, bancários e fiscais de sua família foram invadidos. Como se não bastasse, Rebekah Brooks (na época Wade e editora do Sun, do mesmo grupo do News of the World) lhe telefonou para dizer que o jornal ia revelar que o filho dele, de apenas 4 anos, tinha fibrose cística. Ainda assim, um tempo depois, Brown foi ao casamento de Rebekah.
Exatamente como Dilma (sucessora de Lula, como Brown de Blair) foi à festa dos 90 anos da Folha, que publicara em sua primeira página uma ficha criminal falsa da então candidata.
David Cameron, que veio a suceder Brown como primeiro-ministro, foi além "e contratou Andy Coulson, ex-editor do News of the World, como seu assessor de comunicações".
No final do ano passado, um dos nomes cogitados para presidir o Banco Central sob o governo Dilma era o de Fábio Barbosa. Coincidentemente, Barbosa assume este mês a presidência executiva da Abril (Veja), com plenos poderes (inclusive editoriais).
E se Fábio Barbosa vier a procurar a presidenta e propor um acordo do tipo vamos esquecer o passado e pensar no futuro? Dilma vai topar e empurrar com a barriga, com medo da mídia, como os primeiros-ministros ingleses, ou vai aproveitar a oportunidade do flagrante criminoso da reportagem desta semana sobre Dirceu para romper esse triste histórico de coincidências e determinar que a Ley de Medios é para já?