No último 16 de fevereiro, Merval Pereira escreveu em seu blog:
Hoje, Merval publica que os exames que indicariam metástase foram analisados apenas parcialmente:
E, segue Merval:
Ou seja: Os exames que "indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação" do dia 16 podem indicar uma “recidiva local” (local esse incerto e não sabido, apenas especulado) ou ainda "síndrome da lise tumoral (SLT)" ou, talvez, quem sabe, podem indicar um câncer no fígado, que poderia ser provocado pelo uso de esteróides que Chávez poderia estar tomando (um suposto câncer causado por um suposto uso), segundo o jornalista Nelson Bocaranda ("a prominent opposition-leaning Venezuelan journalist", como é conhecido por parte da imprensa internacional). Se perguntarem ao Caetano, ele poderia acrescentar: Ou não.
Fato é que a postagem de Merval, imediatamente suitada no Globo, parou no outro dia no jornal anticubano e, por extensão, antichavista, El Nuevo Herald, aquele mesmo que, recentemente, foi denunciado por empregar jornalistas "pagos pelo governo dos EUA para atacar o governo de Cuba".
Portanto, quando Nelson Bocaranda escreve que a informação do agravamento do estado de saúde de Chávez vem de "distintas publicaciones desde el diario O’Globo de Brasil, el Miami Herald y otros diarios globales", está dizendo que a fonte comum a todos foi a primeira postagem de Merval, abraçada pelos demais.
Agora, em sua coluna de hoje, Merval cita Bocaranda e o círculo se fecha.
Isso me lembra uma antiga e pouco conhecida canção de Torquato Neto e Carlos Pinto, "Todo Dia é Dia D", que conheci cantada por Gilberto Gil. Ouça-a aqui. A seguir, a letra:
A saúde do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, pode afetar a eleição presidencial. Os últimos exames, analisados por médicos brasileiros, indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação.
Hoje, Merval publica que os exames que indicariam metástase foram analisados apenas parcialmente:
Mesmo os médicos brasileiros que tiveram acesso aos exames de Chavez, alguns a pedido do próprio Lula, não tiveram permissão para ver todos eles e analisaram peças isoladas, como se montassem um quebra-cabeça.
E, segue Merval:
Quando o presidente venezuelano diz que não se trata de uma metástase, mas de um novo tumor encontrado no mesmo local do anterior, não temos nenhuma evidência médica para comprovar.
Pode ser o que os médicos chamam de uma “recidiva local”, quando um tumor surge no mesmo lugar do que foi extirpado, ou pode ser um efeito do processo de metástase.
Há outras hipóteses, como a levantada pela agência de notícias Reuters, de que Chavez sofre também de síndrome da lise tumoral (SLT), complicações metabólicas que podem ocorrer após o tratamento de um câncer, mais comum em linfomas e leucemias,que podem causar, entre outras coisas, insuficiência renal aguda.
A quimioterapia pode precipitar a síndrome, mas o tratamento com esteróides também pode ter como consequência a SLT.
O jornalista venezuelano Nelson Bocaranda disse em seu blog que o presidente Hugo Chavez estava usando esteróides ultimamente para mascarar os sintomas da doença, tentando uma aparência mais saudável.
Os esteróides atacam também o fígado, podendo até mesmo provocar câncer.
Ou seja: Os exames que "indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação" do dia 16 podem indicar uma “recidiva local” (local esse incerto e não sabido, apenas especulado) ou ainda "síndrome da lise tumoral (SLT)" ou, talvez, quem sabe, podem indicar um câncer no fígado, que poderia ser provocado pelo uso de esteróides que Chávez poderia estar tomando (um suposto câncer causado por um suposto uso), segundo o jornalista Nelson Bocaranda ("a prominent opposition-leaning Venezuelan journalist", como é conhecido por parte da imprensa internacional). Se perguntarem ao Caetano, ele poderia acrescentar: Ou não.
Fato é que a postagem de Merval, imediatamente suitada no Globo, parou no outro dia no jornal anticubano e, por extensão, antichavista, El Nuevo Herald, aquele mesmo que, recentemente, foi denunciado por empregar jornalistas "pagos pelo governo dos EUA para atacar o governo de Cuba".
Portanto, quando Nelson Bocaranda escreve que a informação do agravamento do estado de saúde de Chávez vem de "distintas publicaciones desde el diario O’Globo de Brasil, el Miami Herald y otros diarios globales", está dizendo que a fonte comum a todos foi a primeira postagem de Merval, abraçada pelos demais.
Agora, em sua coluna de hoje, Merval cita Bocaranda e o círculo se fecha.
Isso me lembra uma antiga e pouco conhecida canção de Torquato Neto e Carlos Pinto, "Todo Dia é Dia D", que conheci cantada por Gilberto Gil. Ouça-a aqui. A seguir, a letra:
Desde que saí de casa
trouxe a viagem da volta
gravada na minha mão
enterrada no umbigo
dentro e fora assim comigo
minha própria condução
Todo dia é o dia dela
pode não ser pode ser
abro a porta e a janela
todo dia é dia D
Há urubus no telhado
e a carne seca é servida
escorpião encravado
na sua própria ferida
não escapa só escapo
pela porta da saída
Todo dia é mesmo dia
de amar-te e a morte morrer;
todo dia é mais dia, menos dia
é dia D.
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