Eduardo Paes vai fundo na saúde e no social: Rio é último na saúde, e Paes corta metade da verba da área social
Três notícias deixam muito mal o prefeito Eduardo Paes:
. Do jornalista Fernando Molica, em O Dia:
A área social foi a maior prejudicada por cortes no orçamento de 2012 determinados por Eduardo Paes. Decreto assinado pelo prefeito transferiu R$ 58 milhões para a Reserva de Contingência, espécie de poupança usada em casos excepcionais.
Do total, R$ 40 milhões foram retirados da Secretaria de Assistência Social: R$ 27,950 milhões saíram do programa de Proteção Social e Defesa dos Direitos Socioassistenciais, responsável por abrigos e famílias acolhedoras. O corte atinge cerca de metade da verba prevista para este ano.
Do jornal O Globo:
“A saúde pública no Rio de Janeiro obteve a pior avaliação entre as maiores cidades do país medidas pelo novo indicador de qualidade criado pelo Ministério da Saúde. Numa escala que vai de 0 a 10, o Rio tirou nota 4,33, no Índice de Desempenho do Sistema Único do Saúde (IDSUS), abaixo da média do país, que ficou com 5,47."
Por fim, o ex-prefeito César Maia em seu ex-blog, contrapondo declarações de Paes à mídia com dados do Diário Oficial:
1. (Globo, 03/03 e RJ-TV, 02/03) Prefeito: "Aplico 4 bilhões de reais em Saúde." \ A verdade: Diário Oficial do Município do Rio de 30 de janeiro de 2012, página 64. Execução orçamentária de 2011. Gasto em Saúde: 1 bilhão e 875 milhões de reais. Menos da metade do que foi declarado.
2. (Globo, 03/03 e RJ-TV, 02/03) Prefeito: "Aplico 25% em Saúde". \ A verdade: Diário Oficial do Município do Rio de 30 de janeiro de 2012, página 64. Execução orçamentária de 2011. Aplicações em Saúde: 19,69%.
3. (RJ-TV, 02) Prefeito: "Estou construindo 5 hospitais". \ A verdade: Está sendo reformado o tradicional Hospital Pedro II em Santa Cruz e construído um pequeno hospital na entrada da Ilha do Governador.
4. (RJ-TV, 02) Prefeito: "A cobertura do programa saúde da família passou para 27,4%". \ A verdade: Como não há visita domiciliar de médicos e equipes, não é programa saúde da família, mas um posto médico com 3 especialidades no lugar das 12 especialidades dos postos de saúde, reduzindo a diversidade da atenção básica. E a conta de multiplicar o número de pequenos postos médicos adaptados ou construídos (clínicas da família) pela área de referência é falsa. São pontos fixos.
Reportagem da Agência Estado publicada na Isto É em setembro passado dá uma pista de para onde vai o dinheiro que falta na saúde e na área social:
A pouco mais de um ano de tentar mais um mandato nas eleições de 2012, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), resolveu expandir em 25% os gastos com publicidade da prefeitura. Uma autorização para celebrar um termo aditivo nesse porcentual - em dinheiro, mais R$ 30 milhões, a se somarem a R$ 120 milhões já licitados - no contrato com três agências (PPR, Binder-FC e Nacional) foi publicada pela Secretaria da Casa Civil no Diário Oficial da última sexta-feira.
A operação é legal: a lei permite acréscimos de até 1/4 do valor de um serviço adquirido pela administração pública, sem necessidade de licitação, por prorrogação do acerto original. Há, contudo, temor de que o reforço no marketing fortaleça a candidatura do prefeito.
A marca de R$ 150 milhões significa um novo recorde em gastos com publicidade na administração carioca. O primeiro foi estabelecido pelo próprio Paes que, no fim de 2009, seu primeiro ano como prefeito, lançou a licitação de R$ 120 milhões para contratar três agências de publicidade e uma empresa de eventos. Os números se chocavam com as despesas anteriores da prefeitura no setor: R$ 1.947.461 empenhados (separados para gasto) em 2005; R$ 166.866 em 2006; R$ 818.029,11 em 2007; R$ 448.286,20 em 2008; R$ 649.492 em 2009 (já sob a gestão de Paes, que sucedeu a Cesar Maia). Em 2010, os dispêndios com o setor foram a R$ 29.116.049,53, um aumento de 4.432,34% em relação ao liquidado (reconhecido para pagamento) no ano anterior, R$ 649.406,24.
Como se vê, o prefeito Eduardo Paes bate recorde atrás de recorde em gastos com publicidade. Então, o povo do Rio não tem saúde nem investimentos sociais mas se vê feliz nos comerciais de rádio e TV e nos anúncios em jornais e revistas.
Paes rachou aquela conta de R$ 30 milhões para o sorteio da Copa, promovido pela Geo Eventos (Globo). Bancou um festival de música evangélica para show de final de ano da Globo. E doou R$ 130 milhões da prefeitura para o Museu do Amanhã, da Fundação Roberto Marinho (Globo).
Sobre o tal Museu, leia Museu do Amanhã do Oligopólio Globo é como placa de fiado de buteco: Só Amanhã.
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