Merval Pereira acha que o 'mensalão' é como ele, imortal

Em sua coluna de hoje em O Globo republicada em seu blog, Merval, o Imortal, Pereira começa falando do caso de Demóstenes para ligá-lo ao episódio do "mensalão":

"O fato é que, sentindo-se traído por Dirceu, o então deputado Roberto Jefferson disparou sua metralhadora giratória revelando o maior escândalo de corrupção política registrado no país nos anos recentes.

Não existisse o esquema, a reação de Roberto Jefferson seria outra, mas como existia – de acordo com o Procurador-Geral da República e o relator do processo no STF, Ministro Joaquim Barbosa – ele se vingou revelando o plano que fora concebido dentro do Gabinete Civil da Presidência da República.

Aliás,a existência desse mensalão já fora denunciada ao próprio Presidente Lula pelo então governador de Goiás Marconi Perillo."


A existência do mensalão já foi desmentida pelo próprio criador do termo e da acusação, Roberto Jefferson:

“Jefferson declara que o tal mensalão não é fato é “pura retórica”, isto é, não existiu!Uma farsa.O “tenor” queria apenas as luzes da ribalta”


Quanto ao governador Marconi Perillo... bem, as ligações dele com Carlinhos Cachoeira (responsável pelo vídeo que originou tudo) são antigas e pra lá de próximas, como apontam as ligações da PF. Cachoeira, inclusive, mora hoje (morava, porque agora está hospedado na penitenciária) num apartamento que foi de Perillo até recentemente.

O episódio do "mensalão" foi uma tentativa de golpe para tirar do poder o presidente Lula. Isso ficou claro quando do episódio dos procuradores Santoro e Avelar, ambos ligadíssimos a José Serra.

"Uma nova fita, supostamente gravada por Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, divulgada ontem pelo ‘Jornal Nacional’ da Rede Globo, mostra em detalhes a insistência do subprocurador da República José Roberto Santoro para que o bicheiro lhe entregasse o vídeo com a conversa em que o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz é flagrado pedindo propina em troca do contrato de concessões de loterias no Rio. Na conversa com Cachoeira, às vésperas da divulgação do escândalo, Santoro afirma que o episódio iria ‘ferrar o governo e o ministro da Casa Civil, José Dirceu’.

Os diálogos mostram também a preocupação do subprocurador com o seu superior hierárquico no Ministério Público, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, e com o adiantado da hora, já que a conversa, realizada no gabinete de Santoro, se arrastava por quatro horas e já eram 3h da manhã.

- Daqui a pouco o procurador-geral chega, que ele chega seis horas da manhã. Ele vai ver o carro, ele vai vir aqui na minha sala... Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula - diz Santoro, pressionando Cachoeira a entregar o vídeo que compromete Waldomiro. [Fonte]


Santoro e Mario Lúcio Avelar foram processados pelo episódio. Curiosamente, ambos também participaram ativamente do famoso Caso Lunus, que liquidou a candidatura de Roseana Sarney e favoreceu a de José Serra.

Avelar também foi procurador do famoso caso dos Aloprados, que levou para o segundo turno uma eleição que Lula estava vencendo facilmente no primeiro, em 2006, contra Alckmin.

Muita coincidência, não, Merval?