É o jogo que está sendo jogado pela mídia corporativa para tentar embaralhar as cartas que estão na mesa.
O problema é que o repórter acabou fazendo uma reporcagem dadaísta (inconscientemente, é claro) sobre Dadá.
Vou pegar trechos dela e comentar em seguida:
"...o espião Idalberto Matias de Araújo. Conhecido como Dadá, ele tem 51 anos, é ex-sargento da Aeronáutica e está preso em uma unidade militar do Distrito Federal."
Anotaram a idade dele? 51 anos. Nasceu em 1960 ou 1961, portanto. Vamos supor 1960, para dar mais margem ao repórter - vocês vão ver o porquê.
"Maranhanse de Bacabal, Dadá chegou a Brasília junto com os fundadores da capital no início da década de 1960. Sem estudos, buscou na Aeronáutica um meio de sobrevivência."
Nasceu em Bacabal e chegou com os fundadores. Certamente de fralda, pois Brasília foi fundada em abril de 1960.
"Serviu cerca de seis anos como taifeiro e foi trabalhar na 2ª Seção, o setor de informações da FAB."
Se serviu como taifeiro na FAB, deve ter começado aos 18 anos. Como ficou no cargo por seis anos, parou aos 24, em 1984, a um ano do fim da ditadura - 1985.
"Em plena ditadura, da 2ª Seção ele foi para o temido Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), agência integrante do SNI, o aparato repressivo criado pelos militares."
Saiu de taifeiro diretamente para o Cisa, no último ano da ditadura...
"Mantida em segredo até agora, uma das primeiras missões do araponga a serviço do Estado foi monitorar o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh. Em 1980, o petista fundou em São Paulo o Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da América Latina (CBS), grupo de direitos humanos que fazia denúncias de tortura durante a ditadura e crítica aberta à doutrina de Segurança Nacional que ainda predominava no Brasil. Dadá integrou a equipe que seguia os passos do advogado, registrava seus encontros com membros de partidos até então clandestinos e grupos de esquerda de outros países, como Cuba e Nicarágua."
Mas em 1980, época do tal Comitê, ele era taifeiro...
Com o mesmo "rigor" das informações anteriores, o repórter joga o jogo da mídia corporativa.
Mas a máscara caiu.
Eles têm que mostrar os 200 diálogos de Cachoeira com o diretor da Veja Policarpo Jr.
Civita tem que explicar se o diretor era um aloprado ou agiu a mando dele e do grupo Abril.
Tem que aparecer também o diálogo a respeito de um repórter das Organizações Globo, conforme mostra postagem do Blog do Marco Aurélio Mello.
Protógenes, Delta, eles podem vir com todo o alfabeto grego de alfa a omega, porque o país quer a CPI do Cachoeira para desvendar as relações do Partido da Imprensa com o submundo do crime e da política.