Governo da Espanha homenageia membros da Igreja Católica - parceira de Franco - e esquece 1500 vítimas do ditador


Monumento aos 1500 mortos pelo franquismo em León, Espanha
foto: Olga Rodriguez


Assim começa artigo da jornalista Olga Rodriguez no jornal espanhol El Diario:

Santos ya tiene un lugar al que podemos llevarle flores.

Permítanme que comparta con ustedes algo personal. Ocurrió el pasado sábado, 12 de octubre, Día de las Fuerzas Armadas. Mientras el presidente del Gobierno y los príncipes de Asturias asistían al desfile del ejército, mientras se realizaban los preparativos para beatificar a 500 curas ‘mártires’ de la persecución religiosa en la Guerra Civil, un grupo de personas nos reunimos en el cementerio de León para celebrar la inauguración de un monumento a más de 1.500 víctimas del franquismo. Entre ellas, mi bisabuelo, “el abuelo Santos”.
No artigo, chamado A História não oficial, a jornalista faz uma comparação entre dois eventos que se deram no mesmo dia, e mostra o comportamento do governo espanhol, que apoiou e se fez presente na homenagem aos sacedotes, mas não mandou sequer representante na inauguração do monumento às 1500 vítimas do franquismo.

Mais uma vez, como em outra postagem aqui do blog (Ao escrever sobre herança maldita do franquismo na Espanha, jornalista parece falar da ditadura brasileira) em que comento outro artigo de Olga Rodriguez, fica clara a semelhança entre os processos vividos pela Espanha e pelo Brasil, em relação às ditaduras de lá e daqui.

Quando sabemos que a Igreja Católica praticamente dividiu a cadeira do governo da Espanha com o ditador facínora Francisco Franco, e ainda assim o governo atual homenageia sacerdotes e se esquece das vítimas civis, assassinadas e desaparecidas, ficam evidentes as semelhanças com o Brasil, onde diversas avenidas, praças e monumentos homenageiam ditadores e torturadores, enquanto várias famílias ainda não sabem nem dos corpos de seus mortos...

En un acto claramente político, la Iglesia beatificó a más de 500 religiosos caídos en la Guerra Civil, ignorando a las víctimas republicanas y a los curas represaliados por el fascismo. Al acto, celebrado en Tarragona, acudieron los ministros de Justicia e Interior, el presidente de la Generalitat, el presidente del Congreso, más de 80 alcaldes, 104 obispos, más de 1.300 sacerdotes. El propio Papa intervino con un mensaje en la ceremonia, que fue retransmitida en directo por La 2.  

(...) Horas antes de la ceremonia de beatificación varios centenares de personas asistíamos en León a esa inauguración del monumento en memoria de más de 1.500 fusilados del franquismo. Setenta y siete años después del asesinato y desaparición de mi bisabuelo, por fin un acto público iba a honrar su memoria, en alto, sin miedo, sin susurros. Decenas de mujeres y hombres, ya ancianos, presenciaron de este modo el primer homenaje a sus seres queridos asesinados o desaparecidos. Hubo emoción y dignidad. Sin embargo, ninguna autoridad se dignó a asistir a este acto, a pesar de tratarse de uno de los mayores monumentos a las víctimas del franquismo.

A Lei da Anistia tem que cair, na Espanha e no Brasil. Para que se faça justiça, para que a história não passe em branco e a impunidade acabe servindo de incentivo a futuros golpistas e eles venham praticar horrores semelhantes.

Leia o artigo de Olga Rodriguez na íntegra, clicando aqui.



Madame Flaubert, de Antonio Mello