Torturador da ditadura era segurança do bicheiro que comprou cobertura de Roberto Marinho. Ih, vão se desculpar de novo?



Já publiquei aqui que o triplex da Avenida Atlântica (a rua da praia de Copacabana - para os que não conhecem o Rio), onde Roberto Marinho comemorava seus réveillons, foi vendido para o banqueiro de bicho Aniz Abraão David (na imagem acima, ironizado pelo Jornal Extra, das Organizações Globo, em outra matéria), o poderoso chefão da Escola de Samba Beija Flor.

Por si só, essa venda demonstra a hipocrisia das Organizações Globo, que faz pose de defensora da moral e dos bons costumes por um lado, enquanto sonega imposto e negocia com bicheiro por outro.

Mas, hoje, o jornal das Organizações denuncia que um torturador da famosa Casa da Morte da ditadura (e eles eram escolhidos a dedo) era segurança de Anísio (como o bicheiro é conhecido) e sua família.

Pois o bicheiro e o torturador frequentavam a alta sociedade do Rio, como informa a reportagem:

O círculo de amizades, que envolvia autoridades militares e pessoas da alta sociedade, aliado às vitórias no carnaval, deu à Anísio uma visibilidade que ajudou a blindar seus negócios na contravenção.

Faltou dizer que esse "círculo de amizades" inclui a família Marinho.

Fica a questão: Como separar o dinheiro sujo de sangue dos homicídios (também denunciados num antigo editorial do Globo) do usado para comprar o triplex do fundador da Rede Globo?


Madame Flaubert, de Antonio Mello